Amamos a nostalgia, não é? E se essa nostalgia vir do lado nerd da força, melhor ainda. Com (quase) tudo que tem direito, Jogador N° 1 não é apenas a volta de Steven Spielberg ao seu antigo estilo de filme nos anos 80, mas também um prato cheio de opções para agradar aos nerds gregos e aos nerds troianos.
- Jogador N° 1 é ovacionado em sua primeira exibição ao público
- Resenha do livro “Jogador N° 1”
- Fox adia as estreias de X-men: Fênix Negra e Novos Mutantes
A história se passa em 2044, onde o mundo está cada vez mais deteriorado e o jovem Wade Watts (Tye Sheridan), assim como o resto da humanidade, prefere viver na realidade virtual do jogo OASIS. Quando o excêntrico criador do jogo, James Halliday (Mark Rylance), morre sem ter deixado herdeiros, seu testamento é transmitido para todo o mundo: quem conseguir passar por três tarefas, herdará toda a fortuna do criador do jogo. Solucionar as três tarefas não é nada fácil, mas Wade Watts entende a mente de James Halliday mais do que qualquer um.
Baseado no livro de Ernest Cline, o filme é um colírio nos olhos dos fãs da cultura pop dos anos 80. Principalmente no que diz respeito aos jogos da época. Dividindo suas cenas entre (um pouco) do mundo real e (muito) do mundo virtual do OASIS, nós nos deparamos com o jogo perfeito, onde você, literalmente, pode ser e fazer o que quiser: seja criando seu avatar do zero ou usando um que seja igual a um personagem preferido; seja lutando contra o King Kong ou usando Chucky (sim, o brinquedo assassino) como arma de ataque.
No OASIS nem o céu pode ser considerado um limite. Muitos personagens icônicos aparecem. Não apenas dos anos 80, mas alguns mais novos também. São tantos, que a vontade é de assistir mais de uma vez e ir assistir frame por frame, até encontrar todos que passam correndo. Eles não se prendem apenas a personagens de jogos, mas também às músicas, séries, filmes, animações e tudo que mais você possa imaginar: um dos momentos mais memoráveis do longa tem relação com o filme O Iluminado, e é simplesmente maravilhoso.
De início, o filme parece confuso e tem alguns buracos na história de Wade que podem deixar quem estiver assistindo (e que não leu) um pouco confuso pela falta de informação. No entanto, isso em nada prejudica a história em si. O roteiro segue dosando bem o drama, a comédia e aquela pitada de suspense enquanto desenrola sua trama. E claro, tem uma dose de romance, que, em realidade, parece ser forçado dentro da história e por isso nada apelativo de forma positiva.
O longa é daqueles que ficam na sua mente durante um bom tempo depois de sair da sala de cinema. Ainda que seu roteiro seja, de certa forma, previsível, principalmente por se passar em grande parte dentro de um jogo (missões, itens, ouro e afins), ele é rápido e permite pouca distração de quem estiver assistindo. Ajuda muito também o fato dos personagens serem, em sua maioria, divertidos e fáceis de gostar, até mesmo os vilões.
Jogador N° 1 pode ser considerado um sonho nerd em forma de filme. Ele é a prova de que nós ainda não cansamos totalmente desse onda de novas produções que buscam resgatar a década de ouro que foi os anos 80 e que ainda vamos gastar muitas horas assistindo essas novas velhas histórias.