Sydney Sweeney (Todos Menos Você) é a nova queridinha de Hollywood. Aos 26 anos, a atriz que desapontou no elenco promissor da série Euphoria aos poucos foi se chegando em produções dos mais diversos gêneros e se sobressaindo neles.
Imaculada, nova produção de terror da Neon tem nela seu maior destaque, até porque o longa só saiu do papel devido a estrela. Sendo produtora do projeto, ela se une a Michael Mohan pela terceira vez na sua carreira. Diretor e criador da série da Netflix Everything Sucks! (2018) e diretor e roteirista de The Voyeurs: Observadores (2021), disponível no Prime Video, Mohan conduz Sweeny no longa tem o que de O Bebê de Rosemary com a história da Virgem Maria, e que entre altos e baixos entrega um bom feijão com arroz no gênero e um final polêmico que vai dá o que falar depois da sessão.
O filmes segue os passos de Cecilia, uma jovem que sobreviveu a um afogamento quando era criança e por isso acredita estar predestinada a um propósito divino.
Muito devota à religião, mas ainda uma noviça, ela decide aceitar o convite de um padre para se mudar para Roma, morando em um convento que acolhe freiras moribundas em seus últimos dias de vida. No local, ao lado de outras recém-chegadas, ela faz seus votos de pobreza, castidade e obediência e passa a viver uma vida reclusa, em que só tem contato com as outras irmãs, o padre Sal e o médico da abadia.
Conforme os dias passam no convento, Cecila começa a ter estranhas visões e se sentir perturbada por pesadelos e pelos olhares que recebe de outras madres. Uma situação que se torna ainda mais complicada, quando após ficar enjoada, ela descobre estar grávida, mesmo nunca tendo tido uma relação sexual.
Tratada por todas ao seu redor como a nova Virgem Maria, ela se vê cada vez mais envolvida naquilo que parece uma conspiração religiosa e que a faz temer por sua vida e pela vida de outras feiras do convento.
O roteiro do desconhecido Andrew Lobel pega emprestado todos os ingredientes do gênero de filmes de terror com temática religiosa e insere da forma mais básica e simples possível. Não precisa ser nenhum Sherlock Holmes pra saber que algo de errado não está certo ali, contudo a condução é feita de boa forma, tanto pela direção como pela edição.
A martenidade que já foi foco em A Primeira Profecia, outra produção do gênero no ano é explorado na imagem puritana da personagem, vista como uma Virgem Imaculada. Cecília fica incrédula ao primeiro momento entre sua fé e a dúvida do seu papel como ser “A Portadora do Milagre” e como as coisas vão acontecendo ao seu redor. Essa parte até meio que o longa bebe de O Bebê de Rosemary, como a exploração do corpo feminino mas claro sem o mesmo peso ou desenvolvimento do filme de 68.
Se na atuação de Sweeny, na sua ambientação (a lá característicos de produção terror italiano quase) e no gore pesado ( há cenas bem gráficas e de impacto aqui) o filme tem seus maiores destaques, é nas suas conveniências que tem seu maior calcanhar de Aquiles. O clima é provocado por jumpscares dos mais frajuto e previsíveis. Além disso no segundo para o terceiro ato, a trama precisa se explicar por meios de personagens e prejudica essa imersão sugestiva que estávamos tendo com o longa.
Ao menos o filme, mesmo aos 45 do segundo tempo e de uma forma um tanto que abrupta pra encerrar nos dá um final polêmico que certamente será o divisor de águas pra o longa aqui.
Pra finalizar, Imaculada é o espetáculo macabro simples e básico do gênero. Não é perfeito, mas entrega o feijão com arroz com clichês e conveniências clássicas. É aquele exemplo de algo com potencial, mas que prefere não se arriscar e jogar no seguro.