“Horror na Colina de Darrington” consegue atrair com seu terror psicológico à la Stephen King

João Fagundes
4 Min de Leitura

Foi um período difícil para Benjamin, mas ele precisa que todos saibam! Inclusive você, caro leitor. A obra de estréia do autor Marcus Barcelos é um terror que promete fazer com que a imaginação ganhe forma durante o passar das páginas. “Horror na Colina de Darrington” foi lançado pela Faro Editorial, após o imenso sucesso que o conto de mesmo título fez no Wattpad onde foi premiado e contou com mais de um milhão de leituras nessa comunidade de escritores e leitores. A edição atual é considerada pela editora uma “edição definitiva”, pois o conto foi expandido para dar uma oportunidade de que outros leitores conheçam e os anteriores não percam o interesse.

Nosso protagonista é Benjamin Simons, que será também nossos olhos e ouvidos em sua narrativa de primeira pessoa, algo positivo para aumentar o suspense e ao mesmo tempo limitante para quem não gosta de ver apenas um lado da moeda. Para uma atmosfera tenebrosa, Ben (ou Benny) cresceu num orfanato e teve que deixar o local para ajudar seus parentes em um momento complicado de suas vidas. Tendo que cuidar da sua prima Carla (Carlinha), Ben viverá na pacata colina de Darrington, mas o desafio maior é sobreviver em seu novo lar que abrirá possibilidades para algo maligno se fixar, uma tenebrosa conspiração.

Entre os personagens, se destacam os tios de Ben. A tia Júlia e o tio Romeu são essenciais para entendermos mais sobre a casa, o ocorrido em 2004 e o que Ben enfrenta após mais de 10 anos se passarem. A prima Amanda está afastada da família para se dedicar aos estudos, mas aparece no momento certo. A própria Carla é quem nos desperta a curiosidade, já que aqui temos olhos de criança. Os pesadelos relatados são verdade? Dificilmente poderemos tirar uma conclusão precipitada de uma história cheia de reviravoltas e tantos acontecimentos que nos fazem sentir em um jogo de RPG, onde sua alma pode estar sendo apostada. Certifique-se de estar bem acordado e diferencie a ilusão e a realidade: Essas são as armas de Ben durante sua passagem por South Hampton (nos EUA), local onde ocorrem desaparecimentos de crianças.

A obra promete uma continuação, sendo de fato necessária para ao menos começar a explicar muitas perguntas que ficam em aberto. Ainda que existam clichês, eles devem ser compreendidos em uma obra de estréia, mas vamos torcer para que o autor amadureça mais em sua sequência prevista para final de 2017. A sensação final é de agonia, pois falta muito para darmos um fim a escuridão que ganha mais força. Fica claro que Barcelos leu muito Stephen King e H.P. Lovecraft, mas não conseguiu dar um tom diferente dos seus mestres, criando uma porta para o público que está começando a descobrir o gênero terror.

A leitura é um tanto densa para apenas 142 páginas, por conter muitos momentos de lembranças entrelaçados em partes do presente de forma objetiva. Ou seja, será necessário terminar um capítulo com todos os detalhes na ponta da língua para enfrentar o próximo. Afinal, se perder em um livro de terror pode não ter volta. Complementando a experiência de leitura, o livro reúne ilustrações de Thomaz Magno e também artigos de jornal e arquivos da trama como se fossem de verdade, resultado de um projeto gráfico bem planejado de uma editora que se preocupa com cada detalhe do seu material.

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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