Lançada há 25 anos a franquia Gran Turismo se tornou uma das maiores da marca Playstation e um dos simuladores de corrida de todos os tempos.
Como adaptar um game que não há uma história já feita (é um game de corrida) para os cinemas?
Utilizando de uma surpreendente história real, o longa se apoia na velha estrutura da jornada do herói, mas que sabe executar bem sua premissa e entrega emoção a cada curva!
No filme Danny (Orlando Bloom) é um diretor de marketing com uma ideia ousada e inovadora: quer propor aos seus parceiros da Nissan uma grande competição mundial com jogadores do simulador de corrida ‘Gran Turismo’. A ideia é que os melhores corredores sejam treinados oficialmente em uma academia criada especialmente para eles, com o intuito de transformar o melhor deles em um corredor oficial da marca Nissan/‘Gran Turismo’. Para que isso ocorra ele precisa do aval de um engenheiro mecânico que se responsabilize e treine os competidores, e para isso ele chama Jack Salter (David Harbour), um ex-corredor que hoje trabalha apenas como mecânico na equipe de Capa (Josha Stradowski). Quando o anúncio é feito, Jann (Archie Madekwe) vê nesta oportunidade a chance de provar seu valor como um grande corredor, mas entre a simulação do jogo e um carro voando na pista de corrida muitas coisas irão mudar na vida desse jovem rapaz.
Adaptações de games sempre sofreram por não saber adaptar bem o material original, seja não entendendo a proposta ou universo do jogo, ou trazendo em outras algo que nada parece. Aqui em Gran Turismo, a aposta da Playstation Producion ( divisão da empresa pra adaptações do gênero) está em utilizar a base da história real do piloto Jann Mardenborough em um roteiro clássico de jornada do herói, como não desistir dos sonhos, ascensão, queda e volta por cima que juntamente com cenas de corridas bem construídas, consegue entregar emoção e entreter o público casual, assim como homenagear o game, além de inserir várias referências do mesmo para os fãs.
Aliás o diretor Neil Blomkamp entende bem a proposta e junto com sua equipe conduzir de forma eficiente as cenas de corridas, juntamente da narrativa emocional do protagonista. Não há nada excepcional, mas todo clichê é bem feito e mantém a platéia imersiva durante toda a projeção.
O elenco também se sai bem. O jovem Archie Madekwe apesar de não fazer nada extraordinário, consegue agradar com um bom protagonista que está em busca do seu sonho. Orlando Bloom talvez seja o mais burocrático dos personagens, fazendo a parte mais bussiness do filme como o diretor de marketing dono de uma idéia louca e revolucionária. David Haubor com certeza é o maior destaque, já que seu personagem é o típico mentor razinza que aos poucos vai acreditando no potencial de seu pupilo. O jeito de Haurbor tem um timming ótimo para o personagem cativa o público.
Pra finalizar, Gran Turismo, não revoluciona a roda das adaptações de games, mas mostra que com eficiência e um roteiro simples, os videosgame podem ganhar um novo e potencial olhar para Hollywood.