Caça-Fantasma é um filme que sempre viveu no imaginário popular! A aventura despretensiosa de 1984 chegou como quem não quer nada e mostrou que fantasmas e aberrações podem entreter e divertir uma geração que embalada por uma trilha marcante se tornou num sucesso sem igual naquela época.
Sua continuação seguiu expandindo a franquia e manteve vivo o legado. Entre novas tentativas de derivado com mulheres, a sua sequencia depois de muitos anos se fez com Ghostburters: Mais Além de 2021 e se saiu a melhor delas.
O filme apresentava uma nova legião de personagens, enquanto trazia a nostalgia dos seus antecessores e uma homenagem genuína ao falecido Harold Ramis,Egon Spengler. O resultado foi um sucesso e abriu caminho para a sequência Ghostbusters: Apocalipse de Gelo (2024).
No novo filme a família Spengler retorna para onde tudo começou: a famosa estação de bombeiros em Nova York. Eles pretendem se unir com os caça-fantasmas originais que desenvolveram um laboratório ultrassecreto de pesquisa para levar a caça aos fantasmas a outro nível, mas quando a descoberta de um artefato antigo libera uma grande força do mal, os Ghostbusters das duas gerações precisam juntar as forças para salvar o mundo de uma segunda Era do Gelo.
Apocalipse de Gelo é uma retomada de elementos clássicos da franquia e se aproveita mais da nostalgia dos filmes originais (para o bem e para o mal). Gil Kenan, roteirista do filme anterior, assume a direção no lugar de Jason Reitman – que continua no roteiro ao lado de Kenan. Aqui ele deixa de lado o tom mais soturno de Mais Além, e adota um estilo mais galhofa como os dois primeiros longas do anos 80.
Se nostalgia vende ultimamente em Hollywood, ela ao menos precisa ser feita de forma condizente visto exemplos como Top Gun: Maverick. Aqui o roteiro quer se aproveitar do efeito sem saber realmente o que quer entregar e isso torna a aventura mesmo divertida, perdida e com um ritmo inconstante. O roteiro insere vários personagens em muitas sub-tramas durante suas quase duas horas de duração e isso acaba prejudicando, por que nem todos tem seus devidos desenvolvimento.
Quem grande destaque é a personagem da Mckenna Grace, a Phoebe. Sua jornada de amadurecimento e criando relacionamento com uma fantasma, ela se torna o coração do filme pela sua vontade de se tornar uma Caça-Fantasmas. Contudo as atitudes da personagem, mesmo que sejam uma adolescente, soam mais pra precisar acontecer porque o roteiro precisa, do que algo realmente orgânico.
Enquanto isso o núcleo novo com Callie (Carrie Coon), Trevor (Finn Wolfhard) e Gary Grooberson (Paul Rudd) não são tão bem aproveitados como esperamos, funcionando melhor apenas na dinâmica da equipe em ação. Das novidades, Nadeem (Kumail Nanjiani) e Dr. Hubert Wartzki (Patton Oswalt) servem muito bem como alívio cômico, e para enfrentamento com a figura antagônica.
Já a velha geração se encaixa melhor, pelo valor nostalgia. Ray (Dan Aykroyd) e Winston (Ernie Hudson) são os que se encaixam melhor em Apocalipse de Gelo, enquanto Peter Venkman (Bill Murray) aparece pouco.
Sobre o vilão, ele tem seu potencial e sua mitologia é interessante inicialmente e bem construída pelo roteiro, contudo seu confronto final é deveras decepcionante, visto toda a sua construção.
Pra finalizar, Ghostbusters: Apocalipse de Gelo é uma nostálgica aventura nos moldes dos filmes dos anos 80 e vai atender aquele fã clássico, contudo ele sofre com suas tramas paralelas em demasia e sobretudo desnecessárias que atrapalham seu ritmo e seus personagens. É aquela sessão da tarde clássica e sem muitos rodeios, mas longe de ser marcante!