Depois de passada a ansiedade pela estreia da sétima temporada, o segundo episódio veio ainda melhor para a alegria dos fãs de GOT. Com tanta emoção, é normal que algumas coisas passem despercebidas. Mas ficamos de olho e listamos sete fatos sutis desse episódio. Abaixo contém SPOILERS do último episódio de Game of Thrones. Confira:
1 – A Muralha:
Ainda na abertura é possível perceber algo diferente, o mar parece estar congelado no lado leste. Lembrando que foi para o castelo de Atalaia Leste do Mar que Jon Snow enviou Tormund no primeiro episódio e que pode ser esse o castelo que Sandor Clegane, o Cão de Caça, viu nas chamas do Senhor da Luz, também no primeiro episódio.
2 – A Aranha:
Que Lord Varys é uma porta aberta para conspirações, isso já sabemos (e como sabemos!). A conversa entre a nascida da tormenta – inclusive, o nome desse episódio – e a aranha solidifica o que poderíamos chamar de cúpula política da Mãe dos Dragões. Apostando em um diálogo direto com seus aliados, Danny diminui as chances de ser traída em seus próprios domínios.
Essa conversa também deixa clara a diferença entre o eunuco e aquele que é o personagem que mais se assemelha a ele no modo de tramar emboscadas, Mindinho. Ao que parece, o servo de Danny realmente se importa com o povo por conta de sua triste história pessoal, não tendo como única motivação obter vantagens para si próprio, como é o caso do maquiavélico Petyr Baelish, que só pensa nele mesmo (e em certas garotas ruivas…).
3 – Laços:
Se Jon e Sansa acreditam não ter os mesmos laços sanguíneos, pois a questão da bastardia de Jon nunca é esquecida, nesse episódio os irmãos estabelecem laços de confiança mais fortes que nunca. Jon não apenas entrega o Norte à garota ruiva como a defende de Mindinho. “Você não vai me dizer ao menos obrigado?”, perguntou Lord Petyr a Snow, todavia, o Rei do Norte sabe quem realmente o salvou, em quem pode confiar e quem já demonstrou ter o que é necessário para sentar-se em um trono. Esse fato contraria as expectativas daqueles que acreditavam que os dois travariam uma disputa interna pelo trono de Winterfell.
4 – O Leão e o Dragão:
Alguns diálogos desse episódio trouxeram dicas do que iria acontecer no mesmo episódio em seus minutos seguintes de um modo descaradamente direto, nos fazendo criar expectativas e as destruindo. (Deveríamos estar acostumados com isso, só que não…)
A estratégia de guerra tramada por Tyrion foi pensada para poupar Porto Real de um verdadeiro massacre e desestabilizar a casa Lannister, ou seja, aparentemente minimizar os efeitos militares da chegada de Daenerys ao Trono de Ferro, poupando inocentes. Contudo, sabemos que Jamie Lannister ama seus irmãos – não da mesma forma, claro… –, e já deu provas cabais disso, sendo bem correspondido pelos dois. Logo, é evidente que Tyrion deseja poupar Jaime e não aniquilar o que restou de Lannisters no mundo além dele. E foi assim, provavelmente, por amor, que o prodigioso anão desperdiçou a chance de uma ofensiva indefensável. Olenna Tyrell estava certa, “seja um dragão”. Dragões não fazem cercos.
5 – Uma Canção de Gelo e Fogo:
Parafraseando o arquimestre, é necessário ser um bom pesquisador para se escrever boas histórias, mas é preciso ter estilo para que elas sejam lidas. Ao dizer que está escrevendo “As crônicas de guerra depois de Robert I”, Sam sugere ao arquimestre da Cidadela um título mais poético e tem a sugestão rejeitada. Esse pode ter sido o momento mais revelador da estrutura da história de Game Of Thrones até agora. Em entrevistas, George R. R. Martin afirmou que se fosse um personagem seria o Samwell Tarly. Agora com mais evidências, podemos teorizar que estamos diante de um relato de Sam ou uma co-autoria, Sam (estilo) e Bran (pesquisa), pois Bran é o único de fato capaz de revisitar toda a história.
6 – “Cenas cortadas?”:
Os produtores afirmaram que Euron Greyjoy faria Ramsey Bolton parecer um ladrão de doces de criança, consequentemente, sendo mais sádico, mais perverso e mais cruel. Convenhamos que o personagem já está assumindo o posto de odiado, porém há de se notar que até agora não foi televisionado nenhum ato isolado de maldade além de um assassinato.
Depois da destruição de sua frota, Yara e Ellaria Sand foram rendidas. Houve uma sugestão bem clara do que aconteceria a Ellaria e a sua filha, mas essa violência não foi explicitada em cena como quando o Ramsay Bolton violentou a Sansa, ficou subtendida na linguagem. Talvez por se tratar de um ato coletivo e mais violento ou porque talvez o mesmo destino tenha acompanhado Yara, inclusive pelo próprio tio – o que automaticamente o faria muito mais odiado que Ramsey -, ou pela repercussão negativa que o episódio envolvendo Sansa recebeu no passado, não nos foram oferecidas cenas indigestas. Nos parece, porém, que não foi apenas Ellaria a ser violentada e que a produção aprendeu qual nível de violência sádica é tolerada pelos fãs. Embora provável, nada disso é certo, assim como não sabemos se os corpos hasteados na polpa do navio são delas; o que de fato aconteceu só saberemos com os livros ou nos próximos episódios.
7 – O Príncipe da Dinamarca:
Um príncipe depressivo e angustiado que vê seu reino ser usurpado pelo tio que assassina seu pai. Poderíamos estar falando de “Hamlet, O Príncipe da Dinamarca”, uma das mais famosas peças de Shakespeare, mas estamos falando de Theon Greyjoy, o príncipe que perdeu tudo que lhe era estimado duas vezes pelo mesmo tio – a primeira foi por conta da revolta Greyjoy, contida por Robert e Ned, em que Theon foi levado para Winterfell como refém após o conflito. A vergonhosa atitude do jovem Greyjoy com a sua irmã revela um personagem ainda quebrado, mas sua permanência vivo não é em vão, pelo menos até agora. A ameaça de Euron pode ser um ponto de desenvolvimento para o irmão de Yara. Quem sabe eles não acabam matando um ao outro em um final digno de uma tragédia shakesperiana? Enquanto o jovem príncipe das Ilhas de Ferro treme em silêncio, suas dúvidas poderiam fazer coro ao príncipe da Dinamarca: “- Ser ou não ser, eis a questão”.