Free Guy é assumidamente um dos filmes mais divertidos do ano!

Danilo de Oliveira
5 Min de Leitura
Divulgação / 20th Century Studios

O mundo dos games constantemente tem trazidos projetos para serem adaptados por Hollywood, muitos desses acabam sendo obras bem aquém do seu material fonte, isso você já está cansado de saber né? E quando uma obra inspirada nesse universo consegue fazer o que poucas obras adaptadas fazem com o mínimo exigido? Bom Free Guy é um exemplo disso.

A nova produção protagonizada por Ryan Reynolds é um raro blockbuster de história original, que serve tanto como veículo para as principais qualidades de sua maior estrela, quanto como uma sátira afiada, divertida e por vezes perspicaz da cultura gamer, conseguindo fugir dos frequentes erros que fizeram com que adaptações e filmes sobre jogos eletrônicos produzidos em Hollywood ganhassem sua notória má fama e entregando uma história com bom humor e coração.

Na trama Reynolds é um caixa de banco Guy preso a uma entediante rotina tem sua vida virada de cabeça para baixo quando ele descobre que é NPC (Personagem não jogável) em um brutalmente realista vídeo game de mundo aberto. Agora ele precisa aceitar sua realidade e lidar com o fato de que é o único que pode salvar o mundo.

Divulgação / 20th Century Studios

Equilibrando bem uma paródia de games como Grand Theft Auto, Sim City e Fortnite, e pinçelando com precisão referências da cultura pop, e ecoando até o excelente O Show de Truman (1998) e a série da HBO Westworld, Free Guy é ambicioso sem perder sua identidade divertida e satírica.

A direção de Shawn Levy ajuda bastante com isso e merece destaque. O visual de Free Guy é exagerado e lúdico, ao ponto de qualquer um reconhecer como um videogame. O mérito da equipe ainda vai além disso. O longa funciona não porque fala de videogames, mas porque é o único filme, no meio desse montante de adaptações, que consegue fazer com que o espectador se sinta dentro de um jogo. É por isso que é tão difícil de adaptar um jogo de videogame: é impossível simular a sensação de jogar ao assistir alguma coisa. Free Guy talvez seja o único filme na história a conseguir isso com êxito, e isso é graças à própria intencionalidade do longa. A metalinguagem do filme tem muita força, especialmente no último ato. Até mesmo quando as normas do jogo mudam e a missão do protagonista é outra, assistir ao filme é como assistir ao streaming que está sendo feito dentro da trama. Pra reforçar isso as diversas participações especiais (das vozes de Hugh Jackman, John Krasinski, Tina Fey e Dwayne “The Rock” Johnson” às participações de gamers como NinjaPokimane, LazarBeam cameos hollywoodianos em carne e osso que são melhores deixados em segredo) ampliam bem isso.

Divulgação / 20th Century Studios

A química de Reynolds com o restante do elenco é o outro atrativo incrivelmente divertido de Free Guy. Jodie Comer entrega bem uma performance cativante a sua programadora no mundo real Milly Rusk e uma badass energética no mundo virtual a Molotov Girl e sua química com o protagonista é absurdamente incrível! Joe Keery está bem se utilizando de suas características que o fizeram conhecido como o Steve em Stranger Things. Já Taika Waititi está se divertindo com um vilão cheio de maniqueísmos e trajetos que parodiam a toxicidade das grandes corporações do mundo dos games. Lil Rel Howery é outro que brilha e mostra uma química ainda mais incrível com Reynolds.

Free Guy é uma grata surpresa em um 2021 que a agenda do cinema está uma bagunça com um entre e sai de filmes como nunca se viu. Uma aventura que promete extrair do espectador todas as emoções possíveis em quase 120 minutos de duração.

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