A história da aparição da Virgem Maria para três crianças na cidade de Fatima em Portugal é uma das mais conhecidas do catolicismo e que leva bastante fiéis do mundo todo a conhecerem o local. A nova adaptação para as telonas da história chega nesta quinta-feira aos cinemas nacionais e traz uma boa mensagem de fé e esperança para os fãs do gênero.
A trama de Fátima: A História de um Milagre segue então os relatos históricos que temos hoje através de flashbacks que são intercalados por cenas que se passam em 1989, com o professor Nichols, que ganha vida por Harvey Keitel, que entrevista em um convento a agora freira idosa Lúcia (a verdadeira morreu em 2005 com 97 anos), que em sua versão adulta é vivida pela sempre espetacular Sonia Braga. Os relatos se passam em 1917 onde três crianças que pastoravam ovelhas, num campo aberto em Coimbra, tiveram uma visão celestial da Virgem Maria. A criança mais velha, Lúcia (Stephanie Gil), foi a principal receptora dos conselhos da santa, tendo a função de trazer a paz para a população naquele momento de conflito do lugar que morava, pois naquela época estava acontecendo a Primeira Guerra Mundial onde vários jovens morriam em batalhas. Seus nomes, inclusive, eram lidos, em plena praça pública, para o conhecimento das famílias. E no intuito de anteceder por eles, Lúcia diz que a Virgem Maria iria aparecer uma vez por mês naquele lugar – justamente o fato que fez, no futuro muitos, se reunirem por lá.
No entanto, mesmo as famílias tentando manter aquilo em segredo, quando as pessoas ficaram sabendo a respeito das visões, houve na época a oposição da própria mãe de Lúcia (Lúcia Moniz) à igreja do Padre Ferreira (Joaquim de Almeida) ou mesmo ao prefeito Artur (Goran Visnjic). Ignorando tudo e todos, Lúcia segue firme com sua missão advinda do acontecimento extraordinário, e, à medida que a notícia se espalha pela cidade, os fiéis começam a chegar para ver a garota que consegue falar com a Virgem e serem assim abençoados, embora só Lúcia possa ver a santa.
O roteiro é bem simples e direto em nos mostrar as ações e acontecimentos da época assim como intercala ao presente com o professor e a freira conversando sobre a história. O dialogo entre os dois não chega a ser interessante por exemplo como o realizado em Dois Papas, mas traz um curioso debate sobre o cetismo religioso com cada um tendo seu ponto de vista mas nunca desrespeitoso entre eles.
O trabalho de design de época é muito bem realizado e sua fotografia é um primor visual com tons sépia durante o passado e o presente com cores mais vividas passam bens as distinções de cada tempo.
Apesar do momento chave ser um tanto prejudicado pelo digital mal executado, eu tenho exaltar o quão engajado é seu elenco mirim, principalmente para a pequena Jacinta( Alejandra Howard) que além de carismática parece está dentro do papel. A mensagem de fé e esperança fluir de forma orgânica e sem ser forçada como as produções da Record tentam e fracassam.
Fátima: A História de um Milagre é bonito, simples e competente em trazer sua mensagem para seu publico alvo. Para aqueles que curtem uma produção religiosa uma ida ao cinema é bem valida!