“Extraordinário” traz história com emoção garantida

Carol Magalhães
3 Min de Leitura

Pode preparar os lencinhos: a adaptação do livro de R. J. Palacio (pseudônimo de Raquel Jaramillo) chegou aos cinemas brasileiros em 7 de dezembro e é um filme com emoção garantida. Extraordinário conta a história de Auggie Pullman, um menino que tem deformações faciais devido a uma doença e está prestes a iniciar seu primeiro ano na escola. Estrelado por Julia Roberts e Jacob Trembley (de O Quarto de Jack), o longa ainda conta com a participação de Sônia Braga (do recente Aquarius).

O longa já começa de forma emocionante ao apresentar Auggie e sua inocência de criança nas primeiras cenas (antes mesmo de vermos a face do personagem, que é um ótimo exemplo do uso da maquiagem no cinema), mas o drama não é dominante em todos os 113 minutos. Alternando momentos de tristeza, de reflexão e de comédia, Extraordinário consegue manter a atenção do expectador em um enredo delicado e simples – mas não sem deixar de recorrer à clichês sobre como se constitui uma família, como surgem amizades entre crianças, a velha luta do bem contra o mal etc.

Por essas razões, o filme dirigido por Stephen Chbosky é um ótimo exemplo de “filme família”. Nada sobre ele é surpreendente ou original – temos o mesmo protagonista inteligente e fã de alguma saga da cultura pop, a mesma irmã compreensiva e amorosa, os mesmos pais que se amam e jamais brigam, o cachorro da família – assim como tudo sobre ele é bem construído e fácil de gostar. A atuação de Jacob Trembley não se compara ao filme que fez sua fama, mas convence como o menino doce que tem que conviver com uma deformidade facial. Já os personagens de Julia Roberts, Owen Wilson e Izabela Vidovic (respectivamente mãe, pai e irmã de Auggie), de tão rasos, não permitem que os atores brilhem muito em seus papeis, e o resultado passa sem chamar a atenção.

Ao final, Extraordinário é um filme pelo qual vale a pena pagar o ingresso. O drama é o grande gancho do longa, mas os momentos de comédia fazem um bom contraponto e aliviam a tensão nos momentos certos. Para nós brasileiros, há ainda uma pequena surpresinha, com uma referência à nossa culinária. O final, feliz, como se pode imaginar, é digno de ser eternizado daqui a alguns anos em milhares de repetições na Sessão da Tarde – e ainda mais emocionante, apesar de não mais original, nas telas do cinema.

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Caroline Magalhães é estudante de jornalismo, blogueira e leitora ávida. Vira fã das coisas em segundos e tem milhões de crushs que moram em livros, séries ou filmes. No Cinesia, escreve sobre histórias do mundo nerd.
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