Espiral: O Legado de Jogos Mortais não traz nada de novo a franquia

Danilo de Oliveira
4 Min de Leitura
Paris Filmes/Reprodução

Lançado em 2004, Jogos Mortais mostrou que uma ideia bem executada não precisa de grandes orçamentos. Com apenas US$ 1,8 milhões o longa de um iniciante James Wan agradou o publico do horror e se tornou um fenômeno de bilheteria e com isso uma lucrativa franquia.

Apesar de os posteriores não terem a qualidade do seu original, a série ganhou uma legião de fãs e influenciou um sub-genero dentro do horror nos anos 2000, o torture porn, além de seu principal antagonista, o serial killer John “Jigsaw” Kramer como uma das grandes figuras do gênero.

Após uma volta morna a franquia com Jogos Mortais: Jigsaw, a partir de uma ideia do ator Chris Rock( que é um fã da franquia) Espiral: O Legado de Jogos Mortais vem com o objetivo de ser um derivado e trazer um frescor de novidade a uma desgastada série. Será que consegue?

Paris Filmes/Reprodução

Já posso dizer que mesmo sendo um fã declarado da franquia, Espiral tem boas ideias, mas que falha miseravelmente em tentar algo novo para Jogos Mortais, principalmente por tentar se utilizar de recursos já visto na série mas sem o mesmo brilho.

A história gira em torno do policial Zeke (Chris Rock) que começa a investigar uma série de atentados a policiais de seu departamento que se utiliza dos métodos do falecido serial killer John Kramer. Quem estaria copiando Jigsaw?

O roteiro desse novo longa apesar de haver as tradicionais armadilhas inventivas que marcam a identidade da franquia, se foca mais na investigação de Zeke e seu parceiro em descobrir quem está por trás dos jogos, e confesso que é extremamente simplista a ponto de se repetir como se estivesse em espiral(desculpe o trocadilho rsrsrs) e, com isso, rapidamente é capaz de descobrirmos o plot de quem está por trás da sequência de assassinatos, algo que era um dos trunfos da saga.

Também não ajuda os personagens extremamente irritantes e sem carisma tem as decisões mais equivocadas e sempre são presas fáceis para o assassino. Até o personagem do Chris Rock, que apesar do foco, não é dos mais interessantes. Coloque ainda a estranheza em ver Rock tentando se levar a sério, com caras e bocas e gritando o tempo todo e logo depois parecer que está fazendo um de seus stand up e Espiral desperdiça seu potencial. Apesar disso, o ritmo do longa é bom e não o compromete com um todo.

As armadilhas apesar do pouco tempo estão com o nível de gore bem alto, o que pode animar os fãs do torture porn que a franquia promoveu durante os anos. Elas ainda tem o fator vida ou morte que Kramer sempre abordou em seus jogos na saga original.

Paris Filmes/Reprodução

Não posso esquecer de que o filme acaba desperdiçando a figura do Samuel L. Jackson que pouco tem pra fazer, além de dizer seu “motherfuck” clássico.

O plot final apesar de trazer boas mensagens e até referenciar o primeiro longa é pouco para ter o devido impacto e acaba sendo prejudicado pelo o que o roteiro já entrega inicialmente durante seu desenrolar.

No geral Espiral faz jus ao seu titulo, pois dá volta ao redor de si mesmo e somente entrega mais uma produção mediana de uma franquia que continua a carecer de boas ideias para se renovar. Ao menos o novo filme não se apoia mas na imagem de seu falecido assassino, mas é pouco para uma ressureição digna do que foi o longa de 2004.

 

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