Em 2004, Jogos Mortais trouxe de volta os filmes de seriais killers, mas trazendo elementos interessantes como armadilhas mortais inventivas e uma trama mirabolante com um dos melhores plot twist de todos os tempos. Com o sucesso suas sequencias adicionaram uma pegada mais gore nos jogos e deram origem a um sub-gênero conhecido como torture porn: onde o sadismo e crueldade são mostradas em abundância para o seu publico. Com o passar das sequencias o gore aumentava e a qualidade caia sendo encerrada com Jogos Mortais – O Final, que mais tarde voltou brevemente com bem mediano Jogos Mortais: Jigsaw.
Esse ano a Sony decidiu fazer do seu novo filme um novo Jogos Mortais, mas dessa vez assim como primeiro filme da saga de Jigsaw, a proposta é focar nas armadilhas inventivas e crescente tensão e menos no gore, e claro uma nova embalagem. Eis que temos Escape Room(não confundam com uma outra produção de mesmo nome que veio para o Brasil com o nome de 60 Minutos Para Morrer), adaptação cinematográfica das famosas salas em que um grupo de amigos são trancafiados, e precisam cumprir desafios para sair do local. Enquanto na vida real essas salas são feitas meramente para diversão e interatividade, no filme a brincadeira se torna mais mortal e tensa.
Na trama, seis estranhos recebem misteriosas caixas pretas com ingressos para uma sala de fuga imersiva, convite com a chance de ganhar muito dinheiro. Estando trancados em várias salas com condições extremas, eles descobrem os segredos por trás da sala de fuga e precisam lutar para sobreviver e encontrar uma saída.
Com uma premissa bem interessante (embora lembre além do mencionado Jogos Mortais, o excelente Cubo)o inicio é bem promissor, e busca dar um background a cada personagem do grupo selecionado e focando na tensão psicológica e não no gore, buscando co-relaciona-los com as armadilhas bem inventivas e mantendo um ritmo bem fluido na direção de Adam Robitel (do fraco Sobrenatural: A Ultima Chave).
Como um filme de Escape Room precisa ser, as salas de fugas do filme são bem boladas e cria uma tensão crescente no espectador. Destaque para a primeira e a terceira, onde realmente a direção e edição fazem um trabalho primoroso.
Porém o que a trama constrói bem durante os dois primeiros atos, no terceiro é colocado pra escanteio em prol de colocar uma reviravolta mirabolante, que acaba soando muito forçada e prejudica todo o andamento restante do filme.As vezes menos é mais,e se filme optasse por um encerramento mais simples e que pudesse deixar pontas para uma sequencia, o resultado poderia incrivelmente positivo, mas ao tentar criar planos megalomaníacos, só reduzem o potencial do produto.
Escape Room apesar de suas falhas ainda acaba sendo um aluno que conseguiu passar na média, mesmo que no limite e deve agradar os fãs de suspense em geral. Agora é só esperar o estúdio confirmar a continuação e ver o que esse novo Jogos Mortais vai se comportar em breve! Os jogos começaram(voltaram)!