Na crítica de Renfield eu disse que Drácula é o personagem da cultura pop com mais adaptações para qualquer mídia. Dito isso mais uma obra audiovisual do vampiro chega as telonas e bebendo da clássica obra literária de Bram Stoker
Adaptado do capítulo 7 do livro que se baseia no diário de bordo do capitão, A Última Viagem do Deméter, foca nos acontecimentos sombrios da tripulação do navio que transportou a criatura da Romênia até Londres. Uma idéia interessante que acaba não sendo tão bem executada, mas que pode agradar alguns fãs do terror de criaturas com baixas expectativas.
Na trama, mostra o navio mercante cuja tripulação achou que estava fazendo um baita negócio ao topar transportar 50 caixas de madeira para a Inglaterra. Afinal, eles estavam pagando um valor muito acima do normal para uma viagem de aproximadamente um mês, com direito a bônus se os caixotes fossem entregues no prazo.
O que eles não esperavam, porém, é que um endiabrado vampiro estaria repousando sob a terra da Transilvânia depositada no interior de uma dessas caixas. Agora, em alto-mar, Drácula desperta e vai atrás dos membros da tripulação. Um por um.
O roteiro usa a narração em off do capitão assim como no capítulo do livro para nos contar a história, e ao mesmo tempo nos traz a ótica de Clemens (Corey Hawkings), um médico que embarca de última hora no buffet marítimo do Conde Drácula.
Se nos adicionando uma perspectiva de um novo personagem que traz um cetismo diante da situação nos faz simpatizar com o mesmo, não se pode dizer do resto da tripulação que segue o padrão de obras do gênero, não criando vínculo com nenhum deles e claro, os fazendo tomar decisões mais equivocadas e burras ao ponto que desejamos o fim de cada um.
Outro ponto que não convence é a passagem de tempo que não funciona. O vilão age na calada da noite e durante o dia, a tripulação pouco tenta bolar algo, ou longa procura explorar melhor as aflições e a situação que está acontecendo ali. O filme somente os coloca dizendo alguma coisa e pronto, vai indo pra noite.
A direção até tenta criar bons momentos com ambientação e a fotografia soturna de criar algo claustrofóbico bem ao estilo de Alien, mas ainda sim é muito pouco pra ser um trabalho primoroso.
No filme, os únicos personagens que ganham algum tipo de desenvolvimento são o próprio Clemens, o Capitão do Navio e o pequeno Toby, que é justamente aquele que mais se aproxima e chega a desenvolver uma amizade com o protagonista. A forasteira Anna também ganha um certo destaque, mas nada que se mostre realmente interessante.
Pra finalizar, Drácula: A Última Viagem do Deméter é uma idéia promissora que decepciona por entrega algo bem abaixo do esperado. Um filme que pode agradar os menos exigentes, mas que tinha um potencial muito maior a ser explorado.