Em Dora e a Cidade Perdida, quando os pais somem durante uma viagem de exploração a procura de um cidade cheia de ouro, a aventureira Dora se vê liderando um grupo de adolescente, um pesquisador e seu amigo macaco, Botas, através dos perigos da floresta em busca dos pais. E de uma cidade perdida. O desenho da Dora Aventureira marcou uma geração que, com uma idade que se aproxima da Dora do filme, encontra nos cinemas um filme capaz de entreter toda a família.
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É verdade que o público alvo da animação da Dora era bem específico e dificilmente pessoas mais velhas assistiram numa boa como fazem com Bob Esponja, por exemplo. O que não acontece com o filme live action. Toda a essência da animação está presente e o filme não perde a chance de fazer uma graça com os aspectos mais marcantes do desenho, como o fato da Dora inventar músicas do nada, assim como ela olha para o além repetindo palavras. O riso é completa e absolutamente garantido.
A Dora é aquela personagem positiva demais – bem Poliana -, e por ter crescido numa casa no meio da floresta com os dois pais exploradores, ela está pronta para tudo (absolutamente tudo) e possui como uma das metas de vida ser ela mesma sempre, independente do que vão achar dela. É fantástico. Parar por um segundo e imaginar o poder que um filme desses pode ter em influenciar as crianças já é o bastante para fazer ele totalmente valer a pena. Mas até mesmo a história e roteiro valem a ida ao cinema.
Claro, não é nada complexo ou mesmo novo. É como um Indiana Jones para menores de 15 anos, não deixando nada a desejar. A história se desenrola no ritmo ideal e não cansa, seja criança ou adulto. E olha que vamos de uma casa na floresta, para uma escola, passamos por um baile, uma viagem ao museu, um sequestro e tudo o mais e mais e mais. Os roteiristas souberam aproveitar bem o que existe no desenho, percebendo perfeitamente que características funcionam e quais não na versão live action. É um filme leve, divertido e com um elenco que se encaixa como luva em seus devidos papéis.
Isabela Moner (Dora) é muito carismática e crível em cena, no nível de não conseguirmos pensar em uma opção melhor para a protagonista. Seja nas cenas mais dramáticas, engraçadas ou exploradoras, ela entrega uma atuação sob medida para o papel. E o mesmo serve para os outros adolescentes, que mesmo com suas características clichês, se encaixam certinho em seus papéis. E então temos o Botas. Mesmo vivendo grudado com a Dora na animação, no filme ele passa longas cenas sem dar as caras, o que considero um ponto bastante positivo.
Apesar das coisas loucas que acontecem, a tentativa desse filme – tentativa muito bem sucedida por sinal -, é trazer a Dora para uma aventura mais próxima da nossa realidade. O que fica difícil com um macaco azul esperto além da conta no ombro. Sem falar no quanto iria custar um maior número de cenas com esse pulante CG. Ainda assim, o Botas é outro personagem que causa muitos risos e que é super carismático. Com certeza muitas crianças, que provavelmente já queriam um Botas para si quando viam no desenho, estarão pedindo um neste Natal.
Dora e a Cidade Perdida é um filme direcionado para crianças? Sim, principalmente para aquelas que cresceram assistindo a animação. No entanto, a garantia de diversão é de toda a família, tanto por ser um filme que não tem medo de brincar com os marcantes estigmas da animação, quanto por realmente entreter que está assistindo. E gente, tem até um pequeno plot twist!