Digimon Adventure 02: O Início | Filme trás uma emocionante história de origem

Priscila Dórea
6 Min de Leitura
Toei Animation
4.5 Muito bom
Crítica - Digimon Adventure 02: O Início

Situado em 2012, Digimon Adventure 02: O Início trás de volta Davis, Ken, Yolei, Cody, T.K e Kari, e seus digimons para as grandes telas dez anos após terem trazido a paz ao mundo com a destruição de MaloMyotismon. Surpreendidos pela presença de uma digitama (ovo digimon) gigantesca no céu de Tóquio e o surgimento do misterioso Lui Ohwada – que afirma ser o primeiro digiescolhido do mundo -, e seu digivice quebrado… Eles vão descobrir a origem dos digiescolhidos. E a gente também.

Se houvesse alguma categoria de prêmio para filmes de origem que conseguem te surpreender, Digimon Adventure 02: O Início estaria entre os primeiros da minha lista. Essa é uma história que talvez apenas alguns tenham torcido para ser contada, não porque não houvesse quem quisesse saber a origem dos digiescolhidos, mas sim porque para os muitos de nós que assistimos a primeira animação de Digimon seriada lá nos anos 2000, a chegada de Tai e companhia no digimundo foi o início de tudo. Então poder assistir uma origem que não tínhamos expectativa – e que é tão envolvente -, é um deleite.

Copyright Akiyoshi Hongo, Toei Animation /PLAION PICTURES GmbH

Apesar das muitas cores, diálogos divertidos, e a conhecida proposta de crianças se aventurando e salvando o mundo, Digimon sempre teve seus momentos de carga emocional mais acentuada – que alcança as várias fases da animação seriada, mas que fica muito mais carregada nos filmes. E com esse não foi diferente. Descobrir a verdadeira origem dos digiescolhidos, e a razão por trás do digimundo e do mundo humano começarem a se “misturar” anos atrás, criando laços quase inquebráveis entre humanos e digimons, é algo que deve surpreender e emocionar a muitos que forem aos cinemas assistir ao filme.

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Uma coisa que gosto muito nas produções de Digimon, sobretudo nos filmes, é esse respeito que elas têm pela linha temporal de seus personagens – vide o fato do filme se passar em 2012 -, assim como uma mudança suave e crível da personalidade de cada um deles. Chegando na casa dos 20 anos, Davis, Ken, Yolei, Cody, T.K e Kari amadureceram, mas as suas formas de agir e refletir mudaram de forma condizente com a época em que eles nos foram apresentados pela primeira vez, e isso faz bater uma nostalgia imensa mesmo nas menores interações.

Para além das variadas digievoluções que fazem com que a gente relembre de inúmeras temporadas e fases da animação, há ainda breves passagens de muitos outros digescolhidos e seus digimons, como Tai, Izzy e até o Willis. Mas o foco da história do filme em si acontece em apenas um dia, em meio a volatilidade da digitama pairando sobre Tóquio, flashbacks e até uma espécie de volta no tempo.

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Uma das grandes tiradas do roteiro é se manter fiel ao ritmo que a gente já espera das histórias de Digimon, seja nos momentos engraçados, nos momentos emocionais ou nas batalhas. A existência dos digimons não é mais nenhum segredo, mas regras ainda precisam ser respeitadas e o roteiro tenta mostrar isso da melhor forma possíve. E de quebra, termina a história trazendo uma mudança grande não apenas estética e visual (se é que podemos falar assim) para nós que assistimos, mas uma mudança que, dentro da vida dos personagens, muda um pouco a dinâmica entre digiescolhidos e seus digimons, pelo menos mecanicamente falando.

Outro ponto interessante, é que a inserção de Lui na história lembra muito a inserção do Willis: um personagem até agora desconhecido que tem um peso na história contada ali, mas que não apaga a importância dos personagens já conhecidos ao passo que a sua chegada casa bem e cria algum sentido. Entrando no hall de personagens com histórias bem tristes desse universo, Lui é também uma interessante adição ao grupo, mas ao contrário do já mencionado Willis do primeiro filme, acho que ele pode vir a se tornar um personagem recorrente na série. Mas só o futuro dirá.

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Para o bem ou para o mal, às 1h e 27min parecem pouco. Não que a história não tenha o seu devido desfecho e o ritmo usado para chegar nesse fim seja satisfatório, mas dá aquela impressão que podia ter mais alguns minutos, seja para alimentar a felicidade de mais uma produção de Digimon nos cinemas, ou porque algo mais poderia ser mostrado e contado.

Digimon Adventure 02: O Início é um filme que se propõe a contar uma história de origem e é isso que faz, sem muitas firulas ou pormenores. Garante emoção, suspense, aventura, laços fortes de amizade e claro, uma nostalgia intensa com uma história nova e que pode surpreender positivamente muita gente.

Posteres oficiais divulgados pela Toei Animation:

Crítica - Digimon Adventure 02: O Início
Muito bom 4.5
Nota Cinesia 4.5 de 5
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Jornalista e potterhead para toda eternidade, tem um amor nada secreto por mangás e picos de felicidade com livros em terceira pessoa. Além de colaboradora no Cinesia Geek, é repórter do Grupo A Tarde e coapresentadora do programa REC A Tarde.
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