Em tempos sombrios com tentativas de censura aos filmes, séries e até livros com temática LGBT, quem poderá fazer a diferença? Seria óbvio demais apontar para algum produto internacional, e por esse motivo apostamos em algo que está tão próximo que muitos nem se deram conta. A websérie “Desaventureiros“, iniciada em 2017 pelo canal do YouTube MaréGeek, se inspirando em RPGs e temas atuais criaram um espaço para discussão com humor, liberdade artística e a representatividade LGBTQ+.
Com o final da segunda temporada no início de Setembro de 2019, temos a certeza de que algo funciona muito bem por trás das câmeras. O grupo de atores, produtores e roteiristas são amigos, e aos poucos conseguem recursos através do Catarse para financiar ainda mais o projeto que na primeira temporada recebeu indicações a diversos prêmios nacionais e internacionais, como o de Melhor Musical e Melhor Figurino no Asia Web Awards e o de Melhor Comédia no Seoul Webfest, além do Prêmio de Incentivo à Produção Brasileira no Riowebfest. Foi finalista no Tuscany Webfest e integrou as seleções oficiais do Miami Independent Film Festival, Sicily Webfest, International Online Webfest e Baltimore Webfest.
Lucas Durão e Sophia Tomazelli são os nomes que através do Maré Geek trouxeram algo significativo para as minorias, sendo que eles são os roteiristas, produtores e fazem parte do elenco de “Desaventureiros”. Todo esse desafio continua, agora que o futuro da série dependerá da colaboração de todos os fãs e amigos que surgiram nesses anos de trabalho. Sim, para a história seguir para sua terceira temporada, todos nós podemos ajudar compartilhando e apresentando a série para o máximo de pessoas possíveis, e quem puder financeiramente através do Catarse, é garantido que receberão muitos bônus exclusivos dignos de fãs.
Vic “Voz do Vento” (Lucas Durão) é um jovem que sonha com a – não tão – gloriosa carreira de bardo. A fim de se mostrar digno da ajuda de sua mãe, uma bem-sucedida mercadora, ele concorda em selecionar e liderar um grupo de aventureiros de segunda classe durante um ano inteiro, para que então sua mãe contrate um grupo de primeira classe que alavanque sua carreira. Privilégios? Só depois de muita luta!
Vale ressaltar que o mesmo preconceito que no mundo temos com etnias, crenças e gênero é visto com as classes das Feiticeiras, elfos, orcs e mestiços… já que tudo se passa num período medieval (normalmente visto como “pouco evoluído”). Além desses desafios, temos o desenvolvimento de cada um, como guerreiros e como jovens com sentimentos a se descobrir… seja você adepto a monogamia ou poliamor, ter um amor platônico por alguém com idade diferente da sua, tudo isso pode aparecer nesses 20 episódios (10 de cada temporada) já lançados.
Por ser algo feito de geeks para geeks, é incrível encontrar episódios que trazem um pouco da experiência que vemos em séries e filmes, através da música ou dos risos de sitcom. Tudo é válido quando o próximo episódio ainda está por vir, e com a chegada e mais personagens, vem a sensação de que ainda existe muita história para umas 5 ou 6 temporadas, e com cada vez mais ideias para experimentar. Diversidade temos de sobra!
Com uma média de 10 minutos por episódio, não existe desculpa para deixar de apreciar esse veículo que as novas gerações encontraram para construir sua história em cada espaço, seja no YouTube ou futuramente nos cinemas. Da primeira para a segunda vimos que muitas melhoras chegaram para tornar esse projeto ainda mais especial para o espectador. Um passo gigante já foi dado, e que venha a terceira temporada!
Dedico essa publicação a toda equipe da série… e sua fã, nossa leitora e amiga, Nai-chan!