Crítica – X-Men: Apocalipse

Danilo de Oliveira
7 Min de Leitura

A franquia X-Men, ao lado da franquia Homem-Aranha, foram as pioneiras no ramo de trazerem os famosos super-heróis para as telas de cinema. Ambas possuem a sua marca histórica ao repaginar o cinema que conhecemos hoje: com filmes de heróis saindo a cada mês e com mais pessoas conhecendo um universo nerd extraordinário, independentemente da qualidade de cada obra. Bryan Singer foi o diretor que assinou os dois primeiros filmes dos X-Men, retornando somente em Dias de Um Futuro Esquecido e, agora, em Apocalipse.

Em uma de suas melhores piadas, numa metalinguagem digna de Deadpool, X-Men: Apocalipse brinca que o terceiro filme de uma trilogia é sempre o pior. É uma referência clara a X-Men – O Confronto Final, que é uma unanimidade como pior longa da saga mutante a chegar aos cinemas. Acontece, que numa interpretação quase freudiana, o novo filme também poderia estar fazendo uma autocrítica, afinal é, de certa forma, o terceiro longa de X-Men após a retomada com X-Men: Primeira Classe.

Se é uma autocrítica inconsciente, é uma que faz sentido. Apocalipse é bem inferior a Primeira Classe e X-Men: Dias de um Futuro Esquecido. De certa forma, os problemas são os mesmos dos vistos naquela produção de 2006. Deixa-se de lado o melhor desenvolvimento dos personagens para criar cenas de ação mais épicas.Isso resulta em uma diversão escapista mas que pouco explora os temas da serie, e isso claro afeta principalmente em seu vilão titulo.

A trama do filme baseia-se no ressurgimento de Apocalipse (Oscar Isaac), o primeiro mutante da Terra. Adorado e tido como Deus, ele governava com o auxílio de seus quatro cavaleiros que possuíam um único intuito: protegê-lo. Após sofrer uma traição, Apocalipse é aprisionado por milênios e é despertado nos anos 80 por um grupo de fanáticos ao seu culto. Seu retorno é sentido por todos os mutantes e, notando que o mundo se tornou um lugar onde armas e política governam, o vilão começa sua busca por seus novos cavaleiros para trazer ordem e liberdade aos seus filhos, os mutantes. A paz pregada pelo vilão será concretizada quando tudo que os humanos construíram for dizimado e refeito do zero por mutantes. Cabe ao Professor Xavier (James MacAvoy), Mística (Jennifer Lawrence) e seus novos X-Men a tarefa de impedir o carnavalesco Apocalipse e seus seguidores de implantarem uma nova ordem mundial.

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A cena de abertura é imponente. O vilão é revelado com pompa egípcia para situar a parte religiosa da trama em uma época em que a mutação era vista como superioridade divina, não genética. Com cenas muito bem dirigidas e efeitos mirabolantes, a sequência é um deleite visual.

Ao entrar nos anos 80, o filme dar continuidade ao seus personagens pós Dias de Um Futuro Esquecido,como a relação a Charles no convívio com os seus alunos(o que abre alas para a inclusão dos novos Ciclope,Jean Grey e Noturno,muito bem apresentados diga-se de passagem), passando pelo novo rumo da vida de Erik, assim como a vida de Raven, que se tornou uma idolo mutante devido ao ocorrido anteriormente e assim justificando mais tempo do rosto de sua interprete.Porém o filme começa a perder seu potencial a partir que Apocalipse surgir para reunir seus Cavaleiros. O primeiro mutante brilha pouco no filme que carrega seu nome, Oscar Issac até se esforça no papel, mas Apocalipse é repetitivo e deslocado, por mais que tenha algumas boas cenas do personagem, todo o seu potencial é afogado em diálogos redundantes.

Os cavaleiros do Apocalipse também são mal explorados no filme. Os visuais do Anjo (com e sem asas metálicas), da Tempestade e da Psylocke são lindos, totalmente história em quadrinhos. Mas os três personagens, sem exceção, são meros enfeites, andando de um lado pro outro da tela sem qualquer função além de completar o número requerido de quatro cavaleiros.O que salva é o Magneto do Fassbender que como disse  tem um bom arco mostrado antes.

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Pra piorar o filme que mesmo com esses problemas tinha um bom ritmo nos dois primeiros atos,decai no seu clímax final onde se tem cenas de ação confusas, grandiloquente mas sem nenhum apuro épico com direito a um fan service meio previsível ao meu ver!

Mas claro a pontos positivos na obra: os novos Ciclope,Jean e Noturno são bem explorados e tem interpretes promissores,destaque para Sophie Turner que nos presenteia com uma excelente Jean Grey sendo muito mais convincente que a da  Famke Jensen na trilogia anterior. James McAvoy (Professor Xavier) e Michael Fassbender (Magneto) continuam arrebentando na nova trilogia. Os dois atores se completam, assim como os seus personagens nos quadrinhos, com um entrosamento invejável. Fassbender, que vem em uma evolução incrível como ator, pegou o capacete de Magneto pra si e se mostra cada vez mais a vontade com conflitos que o seu personagem possui nas histórias da Marvel, convencendo a cada momento que aparece na tela. McAvoy é o Professor Xavier perfeito que vem pavimentando o seu legado na pele do personagem a cada novo filme.Jennifer Lawrence está bem com sua Raven/Mística,embora é visível que sua personagem tem mais destaque devido a atriz.

Assim como em Dias de um Futuro Esquecido, o personagem que acaba roubando todos os aplausos do filme é Mercúrio, que não só consegue ser melhor explorado, como traz novamente a melhor cena do filme. A cena é intensa, divertida e acompanhada de uma trilha-sonora incrível, que é de deixar qualquer um sem ar.

X-Men: Apocalipse é um filme que tinha um ótimo potencial e que por mais que tenha pontos positivos e entretenha como filme do genero, perde brilho com personagens mal explorados e um roteiro previsível  demais.

Obs:Não saiam do cinema pois após os créditos há uma cena que dar pista para o futuro da franquia!

 

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