Uma grande e honrosa aula de história estará nos cinemas. Baseado em fatos reais e dirigido por Gary Ross (“Jogos Vorazes”), o filme acompanha a vida do desertor do exército, Newton Knight. Um homem que ao ver injustiça, será capaz de tudo para vencer qualquer obstáculo para garantir um Estado igualitário e sem abusos.
Com foco na guerra civil, o longa se divide em partes para que seja o mais claro possível, havendo fotos que servem de corte dos anos e das conquistas que se sucederam. Matthew McConaughey deu vida a Knight de uma forma sublime, enquanto viamos ele de médico esforçado a revolucionário, por se indignar com os impostos cobrados pelo governo e o ganho das famílias ricas em detrimento de outras mais humildes.
Sua produção é bem rica e não peca em nenhum detalhe material, como cenários e figurinos. Entretanto, por ter tido o auxílio de dois livros que versam sobre o Estado de Jones (e que dão título ao filme), se tornou um grande retalho de histórias resumidas e sem um fim, mesmo que pontuais e interessantes. Seus momentos de glória estão em mostrar que qualquer um pode lutar pelo que acredita, até a morte.
O preconceito racial foi um tema de fundo, visto que ainda havia a escravidão e a servidão involuntária. Com a libertação dos escravos e a conquista de direitos, vemos os desafios que ainda existiriam pela frente como a Ku Klux Klan e movimentos pelo sufrágio de qualquer cidadão. Em breves momentos haverão um reflexo do futuro da Constituição dos Estados Unidos, mostrando que a conquista é diária.
Em mais de duas horas, o filme se esforça para não ser mais um documentário, e por sorte é mais emocionante. Talvez fosse melhor uma série para contar tudo e não ser algo que só será visto uma vez. Assim como Matthew, Gugu Mbatha-Raw e Mahershala Ali foram grandes destaques de um elenco muito ávido.