Crítica – TOC

João Fagundes
3 Min de Leitura

A nova façanha da comédia nacional, dirigida por Paulinho Caruso e Teodoro Poppovic, tem uma boa lição para dar no meio de inúmeras gargalhadas. Com um diferencial em sua produção de qualidade e na presença de Tatá Werneck protagonizando, já se sabe que vai valer o ingresso. Prepare-se para aprender muito com uma mulher totalmente “Transtornada Obsessiva Compulsiva”.

Werneck é Kika K, uma jovem atriz com notória fama e que parece ter uma vida fácil em comparação com a de outros por sua volta. Só que por debaixo de tanto marketing, ela está esgotada e sendo vítima de seus próprios transtornos. Ao lançar o livro “1003 Maneiras de Ser Feliz”, ela percebe que não tem controle algum de sua vida, mas com a ajuda do despretencioso vendedor Vladimir (Daniel Furlan), ela vai encontrar o 1004º motivo para ser feliz.

Tendo um início elétrico e cheio de ação, nem se espera que o filme mantenha esse ritmo… o que faz dele um sucesso instantâneo. Boa parte do longa retrata os sonhos/delírios de Kika, o que nos faz entender ela vestida de guerreira em meio ao caos. Com um elenco de peso, contando com Vera Holtz, Bruno Gagliasso e Ingrid Guimarães, cuja atriz já atuou com a Tatá no filme  “Loucas Para Casar” (2015) e “De Pernas pro Ar 2” (2012) e dessa vez será uma rival em busca do papel principal em uma novela das 8.

Os atores deram um show de interpretação! Tanto que nem parecia que estavam interpretando. Com direito a porrada, gírias e muitos xingamentos, essa aventura ficará na memória do espectador. Para agregar mais loucura, estará cheio de cenas bem nonsense retiradas de diversos locais, algo que pareceu uma propaganda da MTV, só que aqui foi melhor aplicada. Sobre a trilha sonora, combina bem com o filme, e não apela para os sucessos atuais.

TOC” é um misto de ação, drama e humor que em alguns momentos pagará de cult. Suas críticas ao cinema nacional e ao comportamento humano são bons motivos para rir e também refletir, mostrando que a comédia é um fruto da realidade disfuncional em que vivemos. Todos temos um TOC e precisaremos enfrentá-lo pra viver bem. Com isso o filme fez um breve incentivo para gerarmos a mudança.

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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