O urso de pelúcia mais boca suja está de volta! Depois da boa recepção de “Ted” (2012), não poderiam descartar uma sequência. Porém, nem todas as continuações são inteligentes. Muitas são apenas comerciais e apelam para as maiores bobagens. “Ted 2” seria um desses casos?
O longa começa de maneira sutil, isso se você já vai para o cinema aceitando que um brinquedo teria vida. Nada que você não tenha visto em “Toy Story”; mas a diferença está no casamento de Ted com sua namorada Tami-Lynn (Jessica Barth), que logo será destoado com performances bem coreografadas. Ainda estamos na apresentação do filme.
Após um ano desde seu casamento, Ted encontra dificuldades para lidar com sua esposa. O que antes parecia um casamento feliz se tornou uma série de conflitos matrimoniais. Na busca de alterar essa realidade, o casal pretende ter um bebê. Como nada é tão simples, ainda surge a publicidade que essa vontade trouxe, fazendo Ted perder tudo até que prove sua condição como “humano” e não um objeto.
A fotografia do filme é bem estruturada, assim como os arranjos de Walter Murphy e músicas dos anos 80 em diante. É difícil não pensar nesse como um musical; ainda que a comédia ácida prevaleça. O que seria Ted sem o humor negro e suas referências? Possui tantas referências e celebridades que é impossível contabilizar todas no meio da Comic-Con, evento mais popular para o público nerd.
Amanda Seyfried está maravilhosa como Samantha Jackson, uma advogada inexperiente e sem muito entendimento da cultura pop em geral, usaram os talentos óbvios da atriz para compensar a falta de objetividade. Bennett tem uma boa interação com Ted (personagem com a voz do diretor Seth MacFarlane). Jessica Barth não chega a ter um destaque satisfatório. A breve aparição de Liam Neeson será no mínimo absurda, e a de Morgan Freeman será triunfal.
MacFarlane manteu a proximidade desse com o anterior, dirigido por ele mesmo. O que faz dessa uma sequência significativa, ainda que se perca o foco. Embora tenha uma conclusão bem previsível, haverão piadas boas o bastante que lhe farão esquecer o que é lógico. Se não tiver um compromisso após a sessão, espere a breve cena pós-crédito e terá mais um motivo pra rir.