Crítica – Star Trek: Sem Fronteiras

Danilo de Oliveira
5 Min de Leitura

Star Trek é uma das franquias mais bem-sucedidas da cultura pop e há 50 anos encanta o mundo ao desbravar os confins do universo. Para comemorar o 50º aniversário da série, com a saída de J.J. Abrams da direção (que agora assina apenas como produtor), o estúdio parecia ter encontrado a solução perfeita em Roberto Orci, corroteirista  dos dois primeiros filmes da nova versão.  Porém, sua inexperiência atrás das câmeras e divergências sobre a sua versão da história fizeram com que fosse substituído por um trio improvável: Justin Lin, cineasta que deu nova vida à franquia Velozes e Furiosos, Simon Pegg, o novo Scotty e corroteirista de filmes como Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso, que assumiu o script ao lado de Doug Jung (Banshee, Amor Imenso).

A troca ousada foi um acerto, como mostra Star Trek: Sem Fronteiras, uma emocionante e divertida homenagem à franquia que audaciosamente leva o público a novos ares, sem esquecer de onde veio.

A trama começa no terceiro ano da missão de cinco anos da Enterprise explorando os confins do universo. James T. Kirk (Chris Pine) questiona se deve continuar como capitão nesta expedição. Enquanto Kirk e Spock tomam atitudes para mudar o rumo de suas vidas em breve, um pedido de socorro os obriga a sair em uma última missão, mas com consequências desastrosas. A nave USS Enterprise é abatida, sua tripulação feita refém e cabe aos protagonistas acharem um jeito de salvar a todos. A partir daí, a trama é muito simples e direta: Kirk precisa reunir sua equipe, fugir do planeta e impedir o plano do vilão Krall (Idris Elba).

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Apesar de ter feito sua fama com uma franquia consideravelmente mais veloz e furiosa que esta,Justin Lin respeita a identidade de Star Trek e cria um ritmo ponderado para contar a história. É claro que, Sem Fronteiras tira bom proveito para o olhar único para ação do diretor que usa muito bem o ambiente tridimensional do espaço sideral para brincar com a perspectiva da audiência.

A produção também se destaca pelo desenvolvimento dos personagens, humor e capacidade de aprofundar questões emocionais. Esses elementos são alcançados, em parte, ao dividir os personagens de forma inusitada, como colocar Spock e Dr. McCoy (Karl Urban) juntos enquanto lutam por suas vidas em um planeta hostil, mas também pelo sólido roteiro e atuações convincentes.

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O elenco claro, está muito bem, por sinal. Chris Pine é o Capitão James Kirk, na essência seu personagem é sarcástico, cômico, mas líder quando precisa, e Pine faz isso bem. Zachary Quinto continua cada vez melhor seu Spok,ele respeita a essência do personagem,mas também dar características próprias para o seu. Simon Pegg tem grande destaque como engenheiro, e um grande alívio cômico. Karl Urban como McCoy rouba todas as cenas em que aparece. Ele é engraçado, inteligente e ainda participa das ações, sendo um personagem experiente no que faz, mas tendo noção do universo hostil que os rodeia.Sua melhor atuação com o personagem. Jaylah, interpretada por Sofia Boutella de Kingsman, uma guerreira sobrevivente de um planeta semi-devastado é bem interessante, carrega o estilo girl Power das atuais personagens femininas do cinema atual. E ainda temos o vilão Krall, interpretado por Idris Elba, que é um personagem bem diferente dos interpretados por Eric Bana e Benedict Cumberbach, ambos antigos vilões, e mantém a tradição de ser muito bom, com boas motivações. É um ótimo vilão!

Star Trek: Sem Fronteiras é uma homenagem à altura do legado de Gene Roddenberry. Todos os elementos que compõem sua criação são combinados em um filme prazeroso, que é ao mesmo tempo simples e complexo, aventuresco e filosófico. Um presente para os fãs e uma excelente porta de entrada para um novo público.

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