A 20th Century Fox não abre mão de seus preciosos personagens da Marvel. Só que até quando os fãs vão aceitar reboots da mesma história de sempre? A boa notícia é que esse é totalmente diferente do “Quarteto Fantástico” de 2004. Tão diferente que nem parece a mesma história.
O início é extremamente lento, o que é de se esperar numa introdução de personagens com seus problemas pessoais e que ganham poderes do dia pra noite. A vantagem disso foi a humanização de cada um dos protagonistas, como o Reed Richards (Miles Teller) enfrentando todos que não acreditam em seu potencial, Johnny Storm (Michael B. Jordan) mais centrado e menos extrovertido, ainda que mantenha sua rebeldia, enquanto sua irmã adotiva Sue Storm (Kate Mara) é reservada e mais independente. Ben Grimm (Jamie Bell) está menos impulsivo e se torna mais participativo. Grandes variações para personagens em plena adolescência.
Após conseguirem seus poderes de forma traumática, ainda que interessante, o filme continua de forma tão monótona que deixa claro que esse longa não agradará o público infantil. Nem mesmo o grande vilão Victor von Doom (Toby Kebbell), que aparenta ser ameaçador (mas só aparenta) consegue manter o ânimo após sua aparição como o Dr. Destino. Nessa versão Victor é um nerd menos sofisticado, mas pelo menos conseguem fundamentar sua maldade.
Os efeitos são extremamente defasados e fazem o expectador perguntar se estamos mesmo no ano de 2015, pois em alguns momentos parece inferior aos efeitos dos primeiros filmes da franquia. Os arranjos da trilha sonora foram feitos por Marco Beltrami, responsável por filmes como “A Mulher de Preto (2012)” e “Guerra Mundial Z”. Embora sua experiência seja notória, nesse filme soou como mais uma trilha de filmes do gênero sci-fi, sem um diferencial.
Como a trama se passa numa realidade bem próxima a nossa, será possível encontrar elementos que nos aproximam do filme. O Quarteto tem uma grande sintonia e carísma, fazendo com que nossa imagem dos atores dos filmes anteriores sejam repensadas. O problema fica na relação paternal e um pouco da fraternal, uma vez que são bem distantes.
A conclusão é desesperada e crua para quase duas horas de filme. É uma visão sombria e sóbria, similar ao que fizeram em “O Homem de Aço”. Não esperem cenas pós-créditos… embora seja um filme da Marvel, esse se difere até nisso. E não esperem por Stan Lee, nem ele quis fazer parte disso. É um belo quarteto, mas o “fantástico” ficará pra próxima(?).