Crítica – Power Rangers

Emile Campos
6 Min de Leitura

Com quase 25 anos de historia,Power Rangers é uma das séries mais nostálgicas da TV, lembro-me assistindo nas manhãs da Globo as aventuras de cinco jovens heróis lutando contra Rita Repulsa para proteger a Alamedas dos Anjos.

Bom apostando no hype dos filmes de super heróis atuais que a Lionsgate traz uma nova roupagem dos saudosos personagens. Muito medo e duvidas pairaram sobre os fãs, mas posso dizer que Power Rangers 2017 surpreende por desenvolver seus personagens de forma coesa(muito melhor que a serie),além de ser uma divertida aventura heroica.

O filme começa mostrando um pouco da mitologia dos Rangers e reimagina os heróis como protetores galácticos, cuja origem remonta a pelo menos 65 milhões de anos no passado, na época dos dinossauros (o que explica o visual dos Zords), quando alienígenas chegam à Terra em busca de um cristal responsável por toda a vida no universo.

Zordon era o Ranger Vermelho, mas seu time é destruído pelo meteoro que eliminou os dinossauros, sua mente é transferida para o computador de sua nave e Rita Repulsa foi esquecida no fundo do mar. Tudo fica calmo até os dias de hoje, quando cinco jovens são escolhidos pelas moedas do poder para enfrentar o retorno da vilã, que acontecerá, claro, na cidade da Alameda dos Anjos.

Primeiramente o que podemos falar é no desenvolvimento dos protagonistas.Os dois primeiros atos do filme servem para apresentar eles,suas descobertas e treinamento para o que vem a seguir. No entanto, há uma lentidão neste desenvolvimento da história que pode agradar quem quer mais detalhes ou deixar um pouquinho decepcionado quem esperava ver mais dos Rangers de verdade, vestidos com suas armaduras. Porém, no final das contas é nítido que toda a contextualização deu certo e ficamos sabendo detalhes dos personagens que antes não imaginávamos, enriquecendo a origem dos Rangers.Jason (Dacre Montgomery) é o jogador de futebol preso por cometer um delito, Billy (RJ Cyler) é o nerd antissocial que sofre a perda do pai, Kimberly (Naomi Scott) era popular até cometer um erro e agora vive entre a culpa e o ódio, Zack (Ludi Lin) é impulsivo para esconder a tristeza pela doença de sua mãe e Trini (Becky G.) é a recém-chegada na cidade com problemas de comunicação. Os três primeiros  ganham mais atenção,até por serem os mais carismaticos. Suas boas atuações transformam papéis simples em pessoas interessantes, com angústias credíveis. Cyler, em particular estar hilário e deve conquistar a todos com seu Billy. Já Trini e Zack têm pouco espaço, são introduzidos depois e não tem tanto tempo de tela. Becky G. ao menos tenta em uma curta cena na qual sua personagem revela ter dúvidas sobre sua sexualidade(nada explicito e bem orgânico ). Além dos cinco jovens, Bryan Cranston e Bill Hader foram muito bem escalados como Zordon e Alpha 5.

Elizabeth Banks se diverte,mas exagera um pouco na sua Rita Repulsa, que já é caricata no seriado, mas que aqui fica um tanto estranha para suar extremamente maligna, que seu plano de destruir tudo por vingança acaba não ficando legal para explicar o exagero.

O roteiro como disse acima utiliza a já conhecida historia de origem tirada dos recentes filmes de super heróis(com tiradas a Homem-Aranha e Homem de Ferro) e cadencia bem os momentos de desenvolver os personagens com os momentos pipoca clichê,mas devo dizer que eu queria ver mais dos Rangers morfados lutando contra o exército de Rita Repulsa, mas o tempo que sobra para a batalha é um pouco limitado,principalmente a luta com os zords sendo uma versão menor de Transformers em alguns momentos.Já o visual dos Rangers ficou muito bom, além dos Zords e o Megazord atenderem totalmente às expectativas. Simplesmente não há invenção, há um respeito enorme por tudo que se fez até aqui com a franquia antes dela retornar ao cinema e o resultado agrada bastante e renova a imagem da saga diante dos velhos fãs e traz uma cara mais charmosa para quem ainda não os conhecia.

A trilha sonora de Bryan Tyler é bem genérica e deixa bem a desejar,só quando o clássico tema ecoar, ai a nostalgia é certa!

Power Rangers transporta para 2017 a aura da série e cumpre a proposta com muito mais acertos do que erros, prometendo render uma bela e divertida franquia.

Obs: Não saiam da sala antes dos créditos, pois tem uma cena bem interessante para o futuro da franquia.

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