Crítica – O Sono da Morte

João Fagundes
3 Min de Leitura

O terror é um filho ingrato do cinema. Quando fazem o que esperamos, ficamos decepcionados; mas quando buscam uma saída diferenciada para agradar é sempre um “8 ou 80” que divide o público entre o que aceita tudo ou o que irá se indignar e falará mal até o fim da vida, mas para isso o filme precisa ser memorável. O diretor Mike Flanagan, do recente “Hush: A Morte Ouve”(2016) trouxe algo mágico para o terror.

Após a perda do seu único filho, um casal decide adotar uma criança. Ao trazer o menino de 8 anos, eles precisarão ter forças para lidar com o passado, que parece ganhar vida toda vez que chega a hora de dormir. O que parecia um milagre pode ser uma terrível maldição, tudo depende dos seus sonhos. Com essa base o filme se inicia, enchendo os espectadores de dúvidas.

Kate Bosworth and Thomas Jane star in Relativity Media's "Before I Wake". Photo: Courtesy of Relativity Media Copyright:  © 2014 QNO, LLC

O jovem notável Jacob Tremblay se mostrou competente, assim como em “O Quarto de Jack”(2015), ainda que esteja dividindo com outras crianças o fardo de ser uma criança num filme de terror. A atriz Kate Bosworth, que já deu vida a Lois Lane em 2006 (“Superman: O Retorno”) conseguiu aqui um papel mais próximo do seu padrão, tendo Thomas Jane (“O Apanhador de Sonhos”) um desempenho ainda mais discreto. Por fim, a atriz Annabeth Gish fez uma aparição mais expressiva que a do casal, que parece ter as falas resumidas a “vá dormir!” e derivados.

O filme une a fantasia e o terror, mostrando duas faces de uma mesma moeda. Hora vemos um ambiente mágico cujo os efeitos especiais são bonitos, mas a outra parte tem efeitos bem defasados, e se era pra assustar… conseguiu! Sustos gratuitos. Ainda que tenha momentos que seja difícil não rir ou balançar a cabeça negativamente, seja para a computação gráfica barata quanto a história com saídas bem conflitantes.

M04

Sua conclusão não é clara, mas considerando o esforço para por uma carga psicológica ao filme, ele é no mínimo instigante. O problema é que nem todos vão achar isso bom. Teve furos no roteiro? Sim. Teve criatividade? Sim. Teve um final estranho para o padrão “terror”? Com certeza! Respondendo todas essas dúvidas, devemos pensar no que desejamos ver: Mais do mesmo ou uma luz no fim do túnel, ainda que ela esteja muito distante.

Share This Article
Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
Leave a comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *