Se Maze Runner teve um ritmo frenético, corrido, e nos apresentou personagens inseguros e indecisos em relação ao futuro, Prova de Fogo eleva o grau de mistério e amadurece Thomas (Dylan O’Brien) e seus amigos para o capitulo final da trilogia. Neste filme temos um começo apreçado, logo ao chegar com os outros clareanos ao local de refúgio, Thomas não está totalmente convencido que tudo é o que aparece ser, e é aí que o personagem descobre que estão nos domínios da CRUEL. A procura da cura para o Fulgor continua, e os cientistas estão ainda mais empenhados por ela.
Thomas, Minho, Teresa e os outros personagens se agarram a uma esperança de um grupo da resistência que possam ajuda-los, e para isso atravessarão um deserto cheio de perigos, como tempestades de raios, os cranks (zumbis) e a própria CRUEL atrás deles.
A sequência é sem dúvida melhor que o seu antecessor. Com um melhor orçamento o filme expande o mundo pós-apocalíptico e distópico, apresentando um vislumbre de como resto do mundo foi prejudicado pelo Fulgor.
Existe um questionamento neste filme que agrada bastante. A questão da procura da cura para uma doença que assola o mundo e o custo, o processo dessa busca incansável por ela e a falta de ética e moral que automaticamente é inserida nela. Matar alguns para salvar milhões ou não matar alguns e prejudicar milhões? A personagem Teresa (Kaya Scodelario) terá um papel importante nesta discussão e com certeza será o divisor de águas.
O filme conta com a boa direção do Wes Ball, que sabe muito bem como conduzir as cenas de ação, deixando-as ainda mais marcantes e alucinantes. Existe um bom condicionamento das cenas de correria, e conseguimos absorver o melhor delas. Tudo somado com um bom roteiro que está bem costurado e ordenado. Às vezes até mesmo parecendo fases de um jogo, que pode afetar a identidade do longa.
Novos personagens são inseridos, e com um maior tempo de duração, o filme consegue apresenta-los de maneira satisfatória para quem conhece os livros, mas que pode não ser o suficiente para quem está do lado de fora.
E citando livros, os leitores vão estanhar e ficar incomodados com as mudanças feitas nesta adaptação. É como se eles tivessem repaginado toda história, mas a essência continua lá. Os perigos, as discussões sobre as atitudes dos personagens e até frases estão no filme. As mudanças serviram para melhor compreensão do público. Vale lembrar que, o filme não é feito somente para os fãs, mas para um público geral.
Maze Runner – Prova de Fogo pode até parecer mais um filme adaptação destinado ao um público juvenil, mas assim como Jogos Vorazes e Divergente, consegue passar sua mensagem de reflexão de um mundo não tão distante do nosso. Mudamos o cenário e os peões, a nossa realidade se torna tão real como apresentado das telonas.