Crítica – Heroes Reborn

Victor Fonseca
4 Min de Leitura

Heroes foi um grande sucesso em 2006. A primeira temporada foi aclamada pela crítica e público, porém os três anos seguintes foram marcados pelas irregularidades e a queda exponencial da audiência, levando ao inevitável cancelamento da série em 2010.

Agora, com o universo de super-herois em alta no cinema e na TV, não foi de se estranhar que Tim Kring, criador de Heroes, anunciar que a série ganharia novos episódios em uma minissérie chamada Heroes: Reborn.

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A nova produção foi vendida como um reboot que apresentaria novas histórias e personagens, porém estaria inserida na mitologia original. A premissa de pessoas com habilidades especiais espalhadas pelo mundo se manteve. A trama começa depois dos eventos finais da série original, no qual Claire Bannet resolve revelar suas habilidades para o mundo. Em uma convenção para simbolizar a união pacífica entre os EVOs com a sociedade humana, uma bomba destrói a cidade de Odessa no Texas. A culpa do ataque é atribuída aos sobre-humanos e estes passam a se esconder do governo.

Nesse cenário, somos apresentados a vários personagens espalhados ao redor do mundo. O casal Luke (Zachary Levi) e Joanne (Judith Shekoni) iniciam uma jornada de vingança contra todos os EVOs que eles culpam pela morte de seu filho na explosão da bomba, o adolescente Tommy (Robbie Kay) que tem o poder de teletransportar pessoas e objetos para outros lugares. Carlos (Ryan Guzman) que, após a morte de seu irmão, assume a identidade do El Vingador, é uma espécie de vigilante que pretende fazer justiça com as próprias mãos para proteger os EVOs. Temos também, Ren (Toru Uchiako), um gamer japonês que encontra com uma garota chamada Miko (Kiki Sukezane), que tem o poder de se transportar para dentro de um jogo de videogame.

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Entretanto, nenhum desses novos personagens são empolgantes a ponto de salvar o roteiro simplista, que parece uma mistura que tudo que Kring fez cinco anos atrás. Alguns veteranos da série original fazem participações ao longo da trama: Noah Bennet (Jack Coleman), Hiro Nakamura (Masi Oka), Angela Petrelli (Cristine Rose), Mohinder Suresh (Rendhil Ramamurthy) e outros. É nesse momento que a série ganha mais força, porém, apenas pelo fator nostálgico de vê-los novamente.

É um novo recomeço para a série, porém, ao tentar reparar os erros narrativos do passado, a produção não entregou nada de novo e Heroes parece ter parado no tempo. Tim Kring não leva em conta que já se passaram quase dez anos desde que a série estreou na TV. Muita coisa mudou na televisão desde 2006 pra cá. Os heróis invadiram a TV e Heroes Reborn fica muito aquém quando comparado com outras produções do mesmo gênero. As séries de super-heróis têm entregado um nível de qualidade muito alto (Demolidor, The Flash) e um desenvolvimento mais denso de seus personagens que vão muito além do que o “carinha” com superpoderes.

Ao longo dos 13°. episódio, os roteiristas parecem perdidos, sem saber o que fazer com as varias tramas. Personagens são inseridos sem nenhum motivo ou desenvolvimento, o roteiro parece sempre apressado, superficial, sem nenhuma intenção de instigar os expectadores.

Mas por que trazer Heroes de volta? A premissa da série sempre foi muito interessante, mas mal executada. Tim Kring teve mais uma chance de oferecer um material de qualidade aos órfãos da daquela maravilhosa primeira temporada (“Salve a líder de torcida, salve o mundo!”), mas mais uma vez fracassou e acredito, que pela última vez.

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Estudante de Jornalismo, mas formado em medicina após 14 temporadas de Grey's Anatomy. Viciado em séries e amante do cinema.
1 Comment
  • Heroes Reborn realmente foi uma bomba. O consenso entre os críticos era que a série não levava em consideração o atual cenário que super-heróis estão inseridos nos dias de hoje. Reborn foi uma série de super-herói que não se assumiu, assim como foi Smallville, porém não tão bem sucedida quanto. Esse reboot, que é por assim dizer uma mini-série, só veio pra manchar a qualidade duvidável da série original de 2007, e mesmo os personagens veteranos do programa não fizeram nenhum favor a série. Por outro lado não teve só partes ruins, o enredo estava bem melhor que o terceiro ano da série original, que talvez pela crise dos roteiristas tenha sido o mais prejudicado.

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