Crítica – Ghost In The Shell (1995)

João Fagundes
4 Min de Leitura

Baseado no mangá de volume único “Ghost In The Shell” do mangaká Shirow Masamune, a animação é a primeira adaptada da história que popularizou o subgênero cyberpunk nos anos 90. Dirigido pelo conceituado Mamoru Oshii, que foi responsável não só pela direção deste, como também da sequência animada “O Fantasma do Futuro 2: A Inocência” (2004). O ano de 2029 é retratado como futuro completamente informatizado, onde os humanos podem acessar informações com maior facilidade através de seus ciber-cérebros.

Com a grande demanda de crimes digitais, se tornou necessária a escalação da agente cibernética Major Motoko, líder da unidade do serviço secreto Esquadrão Shell. Major tem um corpo quase que completamente biônico, o que aumenta sua força, precisão e resistência. Diante do anúncio do governo informando a ação de um grupo que, liderado pelo hacker que responde pela alcunha de “mestre das marionetes”, acessa e manipula o ciber-cérebro da população japonesa, gerando a necessidade do Esquadrão Shell caçá-lo.

O longa mostra em seu primeiro ato a condição de vida de Makoto, sendo uma introdução bastante relevante para entendermos a história. Envolvendo o conceito de criação, a própria protagonista se vê como “um fantasma de si mesma” (por essa razão o título original) e questiona sua existência. Sem perder o foco ela contará com a ajuda de Batou e os demais membros da equipe para dar um fim a esse terrorismo digital, descobrindo haver relações com os interesses da alta cúpula da política.

A qualidade da animação é de muito bom gosto, sendo até difícil de assistir hoje e não acreditar que se trata de uma película recente, mas não, o filme é de 1995! Por se tratar de um tema mais adulto, haverá cenas de nudez de uma maneira que acrescenta de forma natural a obra, não havendo razão para muito alarde. Enquanto isso, a cada reviravolta as cenas se tornam ainda mais complexas e significativas, tudo prepando o espectador para o grand finale.

O enredo reforça a qualidade já investida nas demais características do filme, tendo uma real impressão de “um futuro não muito distante”. Sem faltas ou exageros, a conclusão tem consistência na ideia de que nós – humanos – não somos previsíveis ou facilmente compreendidos. É verdade que essas ideias estão presentes em outros filmes, o que preencheu os anos 2000 com o gênero sci-fi, mas não podemos ignorar a originalidade deste.

Previsto para o final de março de 2017, a versão em live-action tentará reunir de uma maneira definitva, a proposta dos filmes, animes e até mesmo o mangá que podem fazer muito mais para atingir a perfeição. Se será uma boa adaptação, só a visita aos cinemas dirá. Curiosamente haverão sessões especiais para a exibição dessa animação nos cinemas, criando uma maneira de captar essa maestria na tela grande.

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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