Crítica – A Era do Gelo: O Big Bang

João Fagundes
3 Min de Leitura

O novo capítulo da franquia de “A Era do Gelo” (2002), que começou de maneira simples (mas cativante) está numa arriscada meta ao fugir cada vez mais da ideia original que lhe consagrou. Mudanças podem ser interessantes, mas depois de tantas em cada filme fica difícil perceber o que ficou pra trás. Seria mesmo necessário estender uma história como essa?

O início é quase uma aula de física, entretanto mistura as teorias da evolução com a ficção de uma maneira que não tenha que dizimar seus personagens que se resumiam a preguiça Sid, o tigre Diego, o mamute Manny e o esquilo Scrat… e agora possui muitos outros que se tornaram indispensáveis. O objetivo é algo recorrente na franquia: sobrevivência. O adicional são temas familiares, o que envolve a aceitação e o crescimento. Tudo que já foi abordado antes, nenhuma novidade.

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O humor está sempre presente na tentativa de justificar a falta de um vilão temível e um roteiro mais original. As animações continuam em 2009 de tão parecidas, mas o 3D é realmente dispensável. A proposta da trama é bastante previsível e fria, por sorte surgiram mais personagens para dar algum charme pro grupo. Scrat que sempre rouba a cena para fazer sua (saturada) perseguição pela noz… tentou mas não conseguiu ser importante pra o filme.

O elenco de dubladores é repleto de celebridades, na dublagem em inglês pelo menos. Jennifer Lopez é novamente a tigresa Shira.  Já a também cantora Jessie J entra pra interpretar a preguiça Brooke e adiciona sua voz na trilha sonora com a música “My Superstar”. Na versão brasileira a personagem será dublada por Ingrid Guimarães. A dublagem está boa, mesmo com a inesperada inclusão do vloger Whindersson Nunes, estreando como dublador.

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A resolução dos problemas apresentados mostram o quanto a saída era simples e previsível, sendo um filme sem emoção, onde as partes aflitivas pertencem ao pequeno Scrat, que não é mais do que um curta metragem dentro do filme e para justificar sua existência ainda fazem que ele se manifeste indiretamente na vida dos nossos heróis da era glacial. Dois núcleos medíocres pra um filme dispensável. Nem mesmo as referências o tornaram mais interessante.

Este capítulo da história é a prova viva de que não vale a pena continuar, ainda mais depois do resultado inferior de “A Era do Gelo 4”(2012). Pode ser ótimo para as crianças por ser minimamente didático, mas não chega ao nível de seus anteriores. Como sempre existe grandes possibilidades de uma continuação, mas esperamos que os diretores Mike Thurmeier e Galen T. Chu decidam investir em novas franquias, pois essa já deu o que tinha que dar.

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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