A adaptação do livro de Jojo Moyes está entre um dos filmes mais aguardados do ano, onde seu público alvo são os jovens que necessitam de um romance trágico para endeusar. A fórmula se repete, só que agora com diferenças que refletem na qualidade do produto final. Lembrando que uma boa adaptação deve agradar tanto aos leitores (boa parte dos fãs) quanto os espectadores, que podem ou não se interessar pelo livro.
Em seu primeiro ato vemos tudo de forma objetiva. As mudanças na vida do galã Will Traynor (Sam Claflin) e a da jovem Louisa “Lou” Clark (Emilia Clarke) foram importantes para que se conhecessem. Lou precisa ajudar sua humilde família, por isso aceita cuidar de Will, hoje tetraplégico e mal-humorado. Esse início tem a intenção de dar dinamismo, preenchendo o filme com humor. A relação dos dois personagens não é nada amigável, uma vez que Will não aceita nenhum dos cuidadores contratados pelos seus pais.
As atuações no geral são boas, mas Emilia interpreta uma personagem caricata que, se não fosse por sua beleza e seu sarcasmo, teríamos eleito ela a pior personagem. Por “sorte” temos Matthew Lewis (“Harry Potter”) interpretando o egocêntrico Patrick, dando uma aula de como ser irritante. O destaque é de Sam (“Jogos Vorazes: Em Chamas”) que a cada expressão conseguiu passar um sentimento. Charles Dance (“Game Of Thrones”) e Janet McTeer deram bons pais e acrescentaram um pouco de drama nessa trama.
O drama não é forte o bastante, sendo melhor encaixado como uma comédia romântica, o que geraria outro problema. O casal não tem uma química que nos faça desejar sua felicidade, tendo outros pares no filme que nos deixam mais empolgados. Sendo assim, o que resta? Comédia? Sim, esse é o forte do filme onde cada um conseguiu colaborar com uma parcela no humor. Foi curioso ver Emilia Clarke, que é conhecida por papéis como o de Daenerys Targaryen ou Sarah Connor, sendo bela, recatada e do lar. Só isso já provoca o riso.
O erro é achar que todo espectador já leu o livro, deixando algumas coisas subentendidas. Coisas que alguém curioso gostaria de saber; não no livro, mas sim no filme. Isso é um prêmio por ler o livro antes do filme? Não é justo, pois a película deve ser independente. Embora haja uma belíssima fotografia, o filme é mecânico, uma vez que não tem o básico para um bom romance: amor. A trilha sonora é composta por músicas originais em sua maioria, com Imagine Dragons, Ed Sheeran, The 1975, Jessie Ware etc. Boas canções que são usadas em alguns momentos de forma agradável, em outros nem tanto.
É quase impossível agradar a gregos e troianos com o mesmo filme. A diretora Thea Sharrock fez deste um filme esquecível. Tão leve e com personagens que só de olhar podemos imaginar seu desfecho na história. A conclusão é simples, tem uma mensagem, ainda que fique apagada. No geral é bem previsível, mas por sorte não é cansativo. Obrigado alívio cômico, você roubou a cena desta vez.