Crítica – Águas Rasas

Danilo de Oliveira
4 Min de Leitura

O cinema adora tubarões assassinos! Desde que Tubarão de Spielberg  conquistou e assustou plateias do mundo todo,volta e meia eles voltam ser protagonistas.Tudo bem que a maioria foram atrocidades da pior espécie, mas eis que surge algo para dar animo ao um gênero tão sofrível! Responsável pelo hit do terror A Órfã, o diretor espanhol Jaume Collet-Serra, se especializou em dirigir longas de ação e suspense com Liam Neeson. Agora, ele investe num filme que reúne vários elementos dos dois gêneros citados.

A trama é bem simplista e direta: Nancy (Blake Lively) é uma jovem que larga o curso de medicina após a morte da mãe. Buscando memórias desta, a garota procura por uma praia secreta em um lugar paradisíaco, na qual a mãe esteve décadas atrás. Ela encontra o recluso local e passa boa parte do dia surfando. Até que acaba atacada por um tubarão.

Ferida, ela se acolhe em um recife de corais, não muito longe da costa. Mas o animal permanece por perto, impedindo que tente nadar até a praia. Nancy, então, terá que bolar um plano para conseguir escapar antes que a maré suba.

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Com pouco menos de 90 minutos de duração, o longa é ágil, criativo e atraente. O diretor não deixa a bola cair e ainda insere alguns artifícios visuais bem interessantes. O cinema e a TV já adotaram a ideia de exibir mensagens de texto na tela, mas Águas Rasas vai além. Vemos posts no Instagram e até conversas via FaceTime. Foi o artifício encontrado para trazer outros personagens para a tela, seja através de vídeo (irmã e pai de Nancy) seja através de fotos (mãe).

As cenas de surf, inclusive, são muito bem filmadas e menos artificiais do que costumam ser estes momentos no cinema.

Porém, o diretor só peca em seu terceiro ato, ele juntamente com o roteiro de Anthony Jaswinski erra bastante a mão ao tentar transformar sua luta pela sobrevivência em algo maior.Parece que Serra tem uma sina em não consegui terminar suas produções de forma orgânica.

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Blake Lively, entrega umas das suas melhores performance de sua carreira. Saída dos dramalhões e das comédias românticas adolescentes, ela revela seu lado badass em uma atuação que exige muito de sua performance física e de expressões que não envolvem diálogo, mas sensações de medo, ideias e qualquer outro tipo de reação que Nancy tenha em seu limitado ambiente. A atriz se sai muito bem, e Serra deposita confiança em seu talento na excelente tomada em que a protagonista testemunha um homem sendo brutalmente devorado pelo tubarão, mas o diretor inteligentemente mantém a cena toda em um plano longo da reação de Blake.

Com seus curtos 86 minutos, Águas Rasas certamente é uma grata surpresa em meio a blockbusters sem conteúdo e infinitas adaptações de super-heróis, temos aqui um filme pipoca simples e que não trata o espectador como burro, entregando justamente o que promete em um filme intenso e eficiente,ainda que meio exagerado em seu ato final.

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