A nova aquisição para o gênero de ação/épico chega nos cinemas. Dirigido por Yimou Zhang, que é mundialmente conhecido por seus filmes de artes marciais como “Herói” e “O Clã das Adagas Voadoras”, muito se falou sobre a escolha de Matt Damon (da franquia “Bourne”) como protagonista de um filme que até então nunca pareceu ser algo para o ator, mas como se trata da estréia do diretor em um filme norte-americano, só nos resta assistir. É certo que esse filme terá muitas surpresas, mas nem todas serão boas.
Damon é William, um mercenário que na companhia de seu amigo Tovar (Pedro Pascal) buscam em sua viagem uma arma química muito preciosa, conhecida como o “pó negro” (pólvora). De encontro com a grande muralha da China, será um desafio atrás do outro, onde as escolhas decidirão o futuro, e a partir desse ponto temos o primeiro problema. Ele é previsível ao abordar os temas como honra, diferenças culturais, exibicionismo de habilidades e outros clichês do cinema oriental.
Logo no primeiro ato será fácil de se situar, mesmo com a velocidade das informações, sendo a melhor parte quando conhecemos os demais personagens, a exemplo a comandante do Exército Sem Nome, Lin Mae (Tian Jing), que parece ter sido retirada de um jogo de RPG, e não perde a compostura em nenhum momento. Se existe um problema, ele está relacionado ao fato dos personagens chegarem e não mostrarem muito de si. Algumas questões são levantadas, inclusive sobre o caráter de William, mas são deixadas em aberto.
Com ótimas cenas de ação, apropriadas para a qualidade 3D, é uma forma de ver um pouco da cultura desses guerreiros, que diante de uma ameaça misteriosa, se unem e darão significado a palavra “confiança”. Ainda que esteja bem com os efeitos especiais, a história continua sendo muito simples, e as temíveis criaturas conhecidas como “Tao Tei”, são largatos com inteligência e organização, algo que aprenderam com as derrotas do passado.
Com um final mais discreto, o filme se mostra bom para quem não espera tanto. Matt Damon quebra mais uma barreira em sua respeitável carreira. Muitas cores, tradições e até cânticos trarão a leve impressão de aprendizado sobre o folclore chinês. Se essa foi a justificativa para se criar a grande muralha da China, é ao menos divertido ver a mistura do real com o fictício.