Crítica – 13 Reasons Why – 1º Temporada

Emile Campos
4 Min de Leitura

A fase da adolescência de qualquer pessoa é recheada de experiências.Nossos relacionamentos se intensificam,traumas surgem e as indecisões para o futuro afligem qualquer pessoa. Lembro-me de que quando entrei nessa fase iniciei o processo de me achar a patinha feia da escola, e queria me isolar do mundo! rsrsrsrs!Mas e a realidade mais trágica dessa fase? Como lidamos com esse lado sombrio que a vida nos coloca? Eis que a nova série original da Netflix vem tratar com essa situação.

Baseada no livro escrito por Jay Asher, 13 Reasons Why chega mostrando um lado de ser jovem que muitos sofrem, mas as vezes só percebemos quando o pior acontece.

A história acompanha Clay (Dylan Minnette), que recebe um pacote com várias fitas cassetes gravadas por Hannah (Katherine Langford) – menina por quem ele era apaixonado e que cometeu suicídio recentemente. Nelas, a jovem lista os treze motivos que a levaram a interromper sua vida. Clay é um deles e precisa passar a mensagem para os demais envolvidos.

Produzida pela cantora Selena Gomez e pelo ganhador do Oscar Tom McCarthy (Spotlight), 13 Reasons Why triunfa ao trazer vários assuntos sérios em seus episódios: bullying, machismo, depressão, estupro, entre outros. Com o passar dos episódios, a dor que Hannah mostra ao descrever cada momento vivido com uma determinada pessoa é transmitida para nós de uma forma intensa. Não tem como não se envolver e se perceber totalmente cheio de compaixão a cada minuto assistido.

Além disso, a história não é contada por uma lente obvia, com indivíduos inteiramente bons ou maus. O espectador se sensibiliza com os problemas de todos os personagens, mesmo sabendo que foram eles os responsáveis pelos atos que levaram Hannah ao suicídio.

Assim como no livro original, a história é dividida entre os pontos de vista de Clay e Hannah. Ele tentando entender. Ela tentando explicar a sua verdade. A novata Katherine Langford surpreende e consegue contar a conturbada jornada de sua protagonista. Mas é Dylan Minette quem domina a série. Conhecido por papeis em Goosebumps e O Homem Nas Trevas, o jovem encontra aqui chances de mostrar outras facetas, representando a posição do espectador. Ele mostra como cada fita atormenta as emoções (e, por vezes, a sanidade) do moço e ainda cria empatia imediata com o público. Uma das diferenças da adaptação é a expansão deste universo, abordando as reações dos “outros motivos” e dos pais de Hannah (bem representados por Kate Walsh e Brian d’Arcy James).

Outro toque interessante é a mistura natural de elementos modernos (o vício pelas redes sociais e o impacto que causa em seus usuários) com objetos considerados “retrôs” (Clay só anda de bicicleta por aí, enquanto Hannah utiliza fitas cassetes para transmitir sua história).

O pequeno problema(não chega a ser um grave por sinal)é a duração dos episódios serem extremamente longos,algo que já é um padrão da Netflix. Nada contra o roteiro que tem até um ajuste fino como poucas séries do serviço, mas por abordar um tema pesado pode ser difícil consumir vários capítulos de uma só vez.

13 Reasons Why não é uma série agradável de se assistir, mas autêntico e necessário e suas questões levantadas são vitais e podem inspirar valiosas discussões entre pais e filhos. A série também serve para prestamos mais atenção  ao que dizemos e, assim, perceber que um simples gesto ou uma simples fala pode ecoar de forma catastrófica em outra pessoa.

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