Quando o detetive da polícia de Nova Iorque, Andre Davis (Chadwick Boseman), recebe a missão de achar e prender dois criminosos que assassinaram nove policiais, ele achava que era só mais um caso como qualquer outro. Com poucas horas para capturar os criminosos antes que eles sumam Estados Unidos afora, o detetive decide encurralar os dois fechando a ilha de Manhattan. Porém, com um pouco menos que 5 horas para encontrar Ray (Taylor Kitsch) e Michael (Stephan James), o detetive se vê no meio de uma chocante trama envolvendo um caso que se complica minuto a minuto.
De forma geral, o filme lembra muito a clássicos filmes policiais que te fazem pensar e teorizar junto com os personagens para resolver a situação. A trama prende fácil, assim como o incomodo surge bem rapidamente. Assim como os personagens, quem assiste percebe logo que tem algo errado na situação. A sequência de acontecimentos e o modo forma de agir dos envolvidos dispara vários alarmes nos amantes da sétima arte que são detetives nas horas vagas. Tem coisa estranha acontecendo e essa sensação é um dos pontos mais preciosos do roteiro.
Então as confabulações e teorias começam. Porque ele reagiu assim?. Que olhar estranho foi esse? Que foi que aquele outro fez? Tem alguma treta ai, só observe. É um filme que convida rapidamente o espectador a não apenas assistir, mas também a tentar desvendar a trama complicada por trás do crime. O que contribui para isso também é a habilidade do roteiro em conseguir habilmente contar a motivação dos diversos lados da história.
Fica difícil (ou até fácil), para quem está assistindo realmente odiar um personagem. O filme tem um aspecto social bastante presente e tenta aos poucos ir mostrando que nem todos são o que parecem, que a suposta linha que separa o bem do mal não existe e, principalmente, que seja praticando uma ação boa ou ruim, sempre há um motivo para as pessoas fazerem o que fazem. O que não significa que seja uma boa coisa.
E o que dizer das cenas de ação? São dois criminosos com uma horda de policiais atrás dele é uma ilha fechada. E muitas balas. Mas não vá esperando que cenas quase impossíveis no estilo Velozes e Furiosos são jogadas aqui e ali para fazer as perseguições durarem. Em Crime Sem Saída o objetivo é trabalhar com a verdade, então não demora para Ray e Michael serem encurralados, separados e terem que encontrar alguma forma de escapar sem muitos buracos de bala.
Em resumo, Crime Sem Saída, pode parecer de cara um filme genérico de ação policial, no entanto, além de lembrar os bons e antigos filmes policiais, ele possui o grande poder de te manter preso na tensão criada, em constante torcida e teorizando junto ao detetive para resolver o caso.