Creed 2 | Nocautes e vitórias são meros detalhes diante da jornada

Danilo de Oliveira
4 Min de Leitura

Rocky Balboa é um ícone do cinema! Apresentado em 1976, a franquia a cada continuação mostrava mais e mais o celebre personagem de Sylvester Stallone, lutando com as maiores figuras de forma emocionante. Depois do primeiro indo até o quinto, a série ganhou um traços mais pipocão e diminuiu o fator drama, especialmente pra pegar o publico massa, mas o sexto filme trouxe esse lado mais dramático e encerrou a saga com louvor.

Nove anos depois a franquia retornou expandindo-a com Creed: Nascido para Lutar, filme dirigido por Ryan Coogler de uma forma bem autoral e se transformou em um espetacular filme. Creed 2 chega pra honrar esse original e também na franquia que o moldou.

Na trama, depois de ganhar o cinturão de campeão de peso pesado, Adonis Creed (Michael B. Jordan) é desafiado por Viktor Drago (Florian Munteanu). O que poderia ser apenas mais uma luta na sua carreira, acaba se tornando uma oportunidade de vingar a memória de seu pai, Apollo Creed, que morreu durante uma luta contra Ivan Drago (Dolph Lundgren).

O interessante fazer um paralelo, é como tanto Creed como Creed 2, aborda essa questão de pai e filho, e como os filhos vivem atreves do passado dos pais, e como esse passado acabam moldando as escolhas deles no presente. Aqui na sequencia isso é mostrado em 3 núcleos narrativos diferentes. No núcleo do Rocky, mostra ele não conseguindo se comunicar com seu filho Robert, que se mudou pra se afastar da sombra do pai( que é relacionado com aquela magnifica frase do Rocky dita anteriormente), já o núcleo do Adonis está a questão de ele viver seus próprios feitos, dele se tornar um ícone tal qual seu pai foi, e o terceiro núcleo está o Ivan Drago e seu filho Viktor, e nesse arco temos uma profundidade maior do Ivan em relação a Rocky 4 onde ele era um esteriótipo do comunismo russo em se impor e sendo Rocky a America forte que não foge a luta. Aqui mostra o ódio que tomou o personagem e o tornou tão duro a ponto de fazer seu filho,a ferramenta de recuperar o prestigio.

Esse desenvolvimento emocional  que carrega o filme é muito bem feito porque cada núcleo constrói bem essa relação pai e filho e entrega sequencias bem emocionantes e claro seu elenco faz valer porque eles convencem e fazem isso ser crível.

O Sylvester Stallone a esse momento já conhecem demais o personagem e sabe dá a ele a camada necessária e desde do primeiro Creed esse jeito mais intimista confere ainda mais pra mostrar o quanto o ator manda bem em atuações dramáticas. Mas o grande destaque aqui tenho que dizer que é a dupla Michael B. Jordan e Tessa Thompson, os dois juntos tem uma química excelente e a Tessa continua maravilhosa e tem mais importância aqui, sendo um pilar e reconstrução para o Adonis. Jordan continua impactante tanto fisicamente, quanto dramaticamente.

Mas se o filme ganha em termos narrativos, ele peca em alguns detalhes técnicos, principalmente por causa da direção. Se no primeiro Ryan Coogler filmava planos longos inventivos que enchia os olhos como aquilo foi feito, aqui embora ainda bem feita, as sequencias, fica a sensação de ok em termos técnicos.

Creed 2 é tudo que se espera de uma grande continuação, maior, mais impactante, mais explosivo, mas que ainda sim, honra a franquia Rocky e que vai mais fundo no drama, mas sem esquecer de entregar cenas de luta extremamente empolgantes e épicas.

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