O Homem afinal de contas foi a Lua? Esse evento é marcado por inúmeras teorias da conspiração. Como Vender a Lua (Fly Me To The Moon, 2024) brinca com a questão da corrida espacial e em contar uma história que se apoia em abordar o sentimento patriota americano que é tão marcante quando falamos da História daquele país de forma divertida e com muita sagacidade.
O longa se passa durante a agitada corrida espacial, um contexto que não apenas enriquece a produção com um apelo visual marcante, mas também captura a atmosfera rebelde dos anos 60, que se harmoniza com a protagonista, a ousada Kelly Jones (interpretada por Scarlett Johansson), uma especialista em marketing contratada para revitalizar a imagem pública da NASA e transformá-la em um ícone consumista do capitalismo americano.
No entanto, seu objetivo não é bem recebido por Cole Davis (Channing Tatum), diretor de lançamento da Apollo 11, que se opõe veementemente. As centelhas entre eles, contudo, incendeiam uma dinâmica irresistível de amor e conflito. Surpreendentemente não óbvia, essa interação revela camadas profundas e ideologias divergentes, evocando um cenário quase reminiscente de Orgulho e Preconceito na era espacial. Não é uma “guerra dos sexos”, mas sim, uma luta sobre valores divergentes.
O roteiro do filme é ótimo em equilibrar o humor com o romance, trazendo personagens bem construídos e cativante para entreter numa história divertida que apesar de trazer estruturas já estabelecidas no gênero, sabe o que está entregando e o resultado é um dos longas mais inesperados e divertidos do ano.
Fica claro que é a personagem de Johansson, é que vende o filme. A atriz depois de ser a Viúva Negra no MCU brilha e eclipsa todos ao seu redor com uma atuação carismática onde a artista consegue soltar e explorar suas habilidades cômica de forma genuína. Tantum, apesar de ser eclipsado por sua parceira, consegue se sair bem e fazer uma boa química.
O filme como coloca o titulo nacional, explora as dinâmicas de marketing em Hollywood e no governo, que vendem uma ideologia ilusória mais atraente do que a realidade vazia subjacente. O objetivo é produzir um filme de alta qualidade (para a época) sobre o pouso da Apollo 11 na lua, um plano B, independentemente do desfecho da missão — afinal, há muito dinheiro, ideologias e políticos envolvidos para permitir qualquer fracasso.
É claro que o filme é uma ficção baseada em fatos reais, e muito dessa narrativa é inventada ou nunca confirmado. A beleza do roteiro reside na imaginação de uma realidade plausível.
Pra finalizar, Como Vender a Lua surpreende ao trazer uma divertida comédia romântica que brinca com as teorias da conspiração de forma sagaz utilizando o cinema e o marketing.