Como se tornar o pior aluno da escola | Abusando do politicamente incorreto, o filme acerta, mas erra feio também

Priscila Dórea
3 Min de Leitura

Como se tornar o pior aluno da escola é daqueles filmes que você se sente um pouco culpado por ter curtido quase tudo que o plot “politicamente incorreto” dele oferece. Porque sim, esse é basicamente a história do filme.

O filme é baseado no livro homônimo escrito pelo Danilo Gentili, que no filme faz o papel de mentor da tarefa de se tornar o pior aluno da escola. A história se desenrola à medida em que ele ensina passo a passo como alcançar esse feito, seguindo os ensinamentos que o mesmo escreveu quando era estudante.

A dinâmica entre ele e os garotos, Bernardo (Bruno Munhoz) e Pedro (Daniel Pimentel), é bastante interessante. Um pouco desesperados e muito divertidos, os mais novos conseguem manter uma atuação excepcional. O Gentili por outro lado… Não é exatamente uma péssima atuação, mas é muito stand-up, muito The Noite. O apresentador faz o papel de si mesmo no filme já que o livro foi escrito por ele com base no que fez e viu na sua época de estudante, mas ainda assim sua atuação parece muito forçada e caricata. Não convence como atuação. Porém, tenho que admitir, a cena de ação no final do filme foi realmente muito boa.

E então temos Carlos Villagrán. Nosso amado Kiko. Ele é o diretor rigico da escola, e mantém seus alunos e professores presos nas rédeas do politicamente correto. Villagrán está maravilhoso em seu papel. Com direito a referências a sua época no Chaves e quebra da quarta parede.

A história do filme é engraçada e realmente surpreendente, tanto pelas loucuras que acontecem durante o longa, quanto com o desfecho da história. O politicamente incorreto é lei aqui, assim como é para Danilo Gentili em sua vida. Isso dá um frescor interessante ao filme (e um pouco preocupante). Apesar disso o filme tem suas falhas. Um bom exemplo seria a edição de áudio, que está estranha e atrapalha mais do ajuda em algumas partes.

Porém, o maior erro da coisa toda é o papel do Fábio Porchat. É um personagem dolorosamente dispensável e tristemente perigoso, ultrapassando todo o limite de aceitação que o humor do politicamente incorreto é capaz de trazer.

Como um todo, Como se tornar o pior aluno da escola é um filme que diverte e muito. Todos os planos diabólicos e infantis para acabar com a paz escolar, a irritação dos adultos e as furadas que os dois garotos se metem trazem muitas risadas e até espanto. Porém limites são ultrapassados, o que já era de se esperar, mas que são difíceis de perdoar. Mesmo em nome do humor.

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Jornalista e potterhead para toda eternidade, tem um amor nada secreto por mangás e picos de felicidade com livros em terceira pessoa. Além de colaboradora no Cinesia Geek, é repórter do Grupo A Tarde e coapresentadora do programa REC A Tarde.
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