Com uma excelente narrativa, Kratos sangrará para ter sua vingança em “God of War”

João Fagundes
4 Min de Leitura

Um espartano facilmente manipulável com uma ira capaz de transformá-lo em deus. A frase define a história de um dos jogos mais populares da última década. “God of War” foi lançado no início de 2005, e respondendo as expectativas fez seu reinado entre os games exclusivos da Sony para seu console Playstation 2. Não podendo deixar de elogiar a jogabilidade e gráficos, a história também é um dos motivos para conceberem sequências e até mesmo este livro, já que existe um grande espaço para abordarem a história do “Fantasma de Esparta“que desafiou Ares, o deus da guerra. Marcado pela parceria da Editora LeYa e o selo Omelete de qualidade, vamos conhecer o submundo da mitologia grega?

Em uma sociedade que convive com os deuses do Olimpo, acompanhamos Kratos. A narrativa mostra sua vida desabando após ser o responsável pela morte da sua família, algo que o faz declarar morte a seu mentor, Ares, que até então é o causador de seus maiores conflitos. Para uma guerra justa, Kratos dependerá das Lâminas do Caos para derrotar todos seus inimigos, e assim reunir mais formas de destronar o deus da guerra. A ambição do espartano deixa de ser digna no momento em que ele cria inimizades por sua trajetória, derramando o sangue de muitos, inclusive o seu próprio para conseguir sua vingança.

“Não poder vencer não era motivo para desistir.”

Considerando as poucas interações que ficarão gravadas em nós, Athena é sempre uma constante na obra. A imagem que temos da deusa é de certo modo desconstruído, tendo uma boa fundamentação. Os personagens parecem mais humanos e por esse motivo revelam suas máscaras e forçam Kratos a mostrar seu pior lado. Tendo descrições dignas de livros de terror, é impressionante a maneira visceral narrada e que antes só veríamos como uma oportunidade de apertar botões em sequência e sobreviver. Revelações trarão uma reviravolta digna de “As Crônicas de Gelo e Fogo“.


Apesar do preconceito que criamos com livros de jogos, “God of War” encontra uma forma de se mostrar um diferencial entre os demais. Ter tantos detalhes desperta a curiosidade de leitores que talvez não conheçam o jogo, enquanto para os fãs será uma forma de atualização para interpretar mais informações que passam rápido pelo jogo, já que na tela o foco é a ação, que por incrível que pareça não falta no livro. A dificuldade está na narrativa de tantas sequências de ação que de fato existem no game, onde qualquer um prefere jogar ao invés de ler sentindo que já viu algo semelhante em páginas que já passaram.

Como sempre, dizem que duas cabeças pensam melhor do que uma… e é verdade quando sabemos que a obra foi escrita através de uma parceria dos autores Matthew Stover e Robert E. Vardeman (colaboração essa que se manteve no livro “God of War II“) que souberam usar poucas páginas para uma grande história. Apesar da óbvia dificuldade de converter para um formato sem que soe como uma forma de garantir mais dinheiro para a franquia, não é a sensação que teremos após terminar a leitura. Um começo melhor não há, ainda mais para o que virá.

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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