Cinquenta Tons de Liberdade é um desfecho pífio para uma franquia esquecível

Emile Campos
5 Min de Leitura

Vou ser sinceros com vocês, a franquia Cinquenta Tons quando o livro foi lançado e explodiu me despertou curiosidade. O tema erotismo tinha voltado a ser destaque na literatura. Mas apos ler os livros fiquei bem decepcionada, embora a historia do personagem Christian Grey seja até no minimo interessante, sua protagonista Ana é muito mal desenvolvida que em nenhum momento despertou interesse em me imaginar em sua pele.

Em 2015 sua adaptação chegou as telas e comprovou minhas expectativas: fraco, seguido de uma trama se dizia ser extremamente sensual, mas que tinha um tom bem mais agridoce do que pretendia ser.Sua continuação embora se inicie melhor, cai nos mesmo problemas e traz personagens secundarios ainda piores que seu anterior.

Bom pensando assim, o terceiro e ultimo da franquia tinha tudo pra ser o menos pior dela. Eis que eu lhe digo: NÃO! Cinquenta Tons de Liberdade é um desfecho sem nenhum atrativo.

O longa começa praticamente onde terminou o anterior, seguindo com o casamento entre Ana(Dakota Johnson) e Christian(Jamie Dornan). Casados, eles se adequam a vida juntos, ao mesmo tempo que ainda lidam com a ameaça do ex-chefe dela, que tem uma grande obsessão pela família Grey.

A história básica é pura enrolação e encheção de linguiça, e com uma direção fraca e um roteiro mais uma vez cheio de problemas o produto final não só é desinteressante como risível.

A montagem do longa parece a de um videoclipe musical com um teor soft(bem soft)porn.O esquema é o seguinte:uma viagem, belas locações em algum lugar sofisticado, uma discussão adolescente por algum motivo besta, de preferência ciúmes, e uma cena de sexo, pronto. O roteiro nem se fala, se os anteriores tinham péssimos diálogos, esse consegue ser ainda pior ao mostrar o quanto ingenua Ana ainda é depois de passar tanto tempo com Grey.O cara é bilionário e pode comprar tudo e ainda ela fica surpresa diante disso! Ah perai!

 

As pretensões do vilão são puramente clichês , as tramas que ficaram soltas no filme anterior simplesmente são descartadas como se nada acontecesse, nem mesmos as cenas quentes são realmente quentes, porque o clima entre os personagens não existe, a criatividade é nula e isso não é de agora.

Dakota Johnson e Jamie Dornan seguem como rostinhos (e corpos) bonitos, mas o mesmo não pode ser dito de seus talentos dramáticos. A atriz atua sussurrando quase todas as suas frases de modo decorado, mas pelo menos consegue expressar um pouco de emoção quando necessário.O ator, por sua vez, possui uma cara de confuso ao longo de todo o filme, como se não estivesse entendendo o roteiro. Em sua defesa, o espectador passa pela mesma situação.

Outro detalhe falho no filme, é  que ele tentar mostrar empoderamento na protagonista, mas continuar a cair no esteriótipo do machismo.É um absurdo que, em 2018, o “amor verdadeiro” dos dois tenha cenas como Christian comentando como o biquíni de Ana é “pequeno demais”, ou ele invadindo uma reunião de trabalho para tirar satisfação do porquê ela não trocou de sobrenome no seu e-mail. Sem falar também dos seus ciúmes de homens com quem ela trabalha e até da atenção que ela teria que dar para um filho em potencial, dizendo frases como “não quero ter um filho por que você escolheria ele a mim”.Desde do primeiro filme essa romantização do relacionamento abusivo já era questionada, aqui fica ainda mais visível.

Cinquenta Tons de Liberdade é o pior filme desta franquia esquecível e um dos piores filmes já feitos nos últimos anos, e talvez na história do cinema. Ao menos como o titulo descreve, se Ana não teve a tal da liberdade, pelo menos nós estamos livres. Agora estou precisando assistir um filme bom urgentemente!

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