Carisma! Essa é a palavra pra descrever bem a figura da Maísa Silva atualmente. Surgida muito nova na TV, a garota foi crescendo e aparecendo e conquistando uma legião de seguidores. Na nova releitura de Carrossel, ela e sua colega de emissora Larissa Manoela se destacaram a ponto das adaptações teen terem quase sempre suas caras estampadas em cartazes. O divertido Tudo Por Um Popstar, foi mais uma escada pra o estrelato da jovem estrela que agora na adaptação do livro da escritora Paula Pimenta,ganha a chance do protagonismo total.
No filme, a jovem dá vida à Cintia – uma adolescente que se fecha para assuntos do coração após presenciar a traição do pai (Marcelo Valle) em plena festa de aniversário de casamento com sua mãe (Miriam Freeland). No entanto, dois anos depois do ocorrido – já morando com a tia (Elisa Pinheiro) enquanto a mãe viajava pelo Japão para voltar a focar no seu sonho de trabalhar com Arqueologia -, ela acaba se apaixonando pelo cantor Fredy Prince (Filipe Bragança) na noite em que, disfarçada com uma máscara, trabalha como DJ na festa de 15 anos das duas enteadas do pai. Diferentemente de todas as garotas do evento, Cintia não dava a mínima para o galã e ainda considerava suas músicas cafonas – a ponto de mudar totalmente o arranjo de uma das canções para, segundo ela, “tentar melhorar aquela breguice”. Porém, quando os dois se aproximam no palco (com Fredy, a princípio, também usando máscara para não causar alarido nas fãs), acontece uma forte conexão e a jovem passa a perceber que não está tão blindada para o amor como pensava.
Sendo como no conto clássico, Cintia precisa sair correndo do palco à meia noite sem ter tempo de revelar sua verdadeira identidade – já que seu pai não poderia, nem descobrir que ela trabalhava como DJ. E para piorar, sua madrasta Patricia (Fernanda Paes Leme) complica ainda mais a história por ter reconhecido a enteada mesmo com a máscara e por querer fazer de tudo para que sua filha favorita (Graziele, vivida por Leticia Pedro) fique com o garoto dos seus sonhos – que, como manda a cartilha do conto de fadas, é o mesmo da protagonista.
Apesar de beber dos inúmeros clichês de historias clássicas, o diretor Bruno Garotti (que já trabalhou com Filipe e Maísa antes) junto com os roteiristas sabem transpor essas conveniências trazendo para elas o retrato e trajetos de uma nova geração de adolescentes, sensíveis a questões feministas e outras injustiças sociais, como o bullying e a gordofobia.
Ainda com isso seus astros carismáticos compõem bem seus papeis e com boa química e descontração criam uma trama que prende e conquista principalmente, com a temática mais atual da busca pelo amor perfeito.Até a vilã da Fernanda Paes Leme tem destaque sendo divertida e maquiavélica na medida certa.
Com bons aspectos técnicos e uma direção segura, Cinderela Pop é mais uma boa adaptação de sucessos infantojuvenis do mercado editorial brasileiro. Maísa Silva merece elogios pelo modo como conduz a personagem e por mais que falte um pouco de naturalidade durante um diálogo ou outro, a jovem tem talento e carisma suficientes para conduzir a história e fazer o público se importar com sua versão moderninha e nada romântica da Cinderela. Uma boa adaptação que vai atingir em cheio o seu publico alvo.
