Na historia do cinema, sempre grandes comediantes tentam se redescobrir na carreira fazendo papeis dramáticos para assim se provar atores completos.
Jim Carrey, Robin Williams e até recentemente Melissa McCarthy foram alguns exemplos que fizeram esse caminho e se mostraram igualmente talentosos. Bom, Leandro Hassum, um dos comediantes nacionais mais presentes nas produções do gênero, tenta aqui mostrar uma mensagem mais dramática, ainda que o humor esteja constante presente na obra.
A trama acompanha a história de Nilo Perequê (Leandro Hassum), um comediante que, quando começa a fazer mais sucesso e a comandar um programa na televisão, resolve largar tudo para interpretar Hamlet no teatro. Nesse momento, porém, ele descobre que está amaldiçoado e perde a habilidade de fazer chorar e emocionar a plateia. Pra resolver isso, e enfrentar o rival Jotapê (Rafael Portugal), ele terá que fazer alguém rir pela primeira vez na vida.
A quem espera que Chorar de Rir seja a vez de Hassum entrar para o time dos comediantes versáteis, é melhor não comemorar. Isso porque o filme ainda é predominantemente calcado no humor, principalmente o físico, especialidade do protagonista, e está longe de permitir um aprofundamento dramático mais profundo.
A mensagem sobre que o ator de comédia só é um grande ator quando faz o drama é interessante, mas fica sempre superficial e nunca um elemento orgânico da obra. Com isso o diretor e a montagem da obra não consegue conciliar o humor e o drama de forma concisa, fazendo tanto a mensagem quanto a produção um tanto que perdida.
Apesar de o ator está nos últimos tempos procurando novos desafios(Dona Flor e Seus Dois Maridos, Não se Aceitam Devoluções) Chorar de Rir se prova uma escolha errada para redescobrir longe do humor. Um exemplo melhor foi Fabio Porchat conhecido pelo Portas dos Fundos mas se mostrou um talentoso ator dramático no ótimo Entre Abelhas, talvez para Hassum valeria mais um projeto como esse para atingir esse conceito que aqui não fica tão bem explorado(ou explorado de forma superficial).
Chorar de Rir pode até mostrar uma bela homenagem as varias formas de fazer comédia, mas em sua proposta principal é um tanto pobre e superficial em querer ser algo que não é aparentemente.