Dirigido por Danila Kozlovsky (O Treinador, 2018), Chernobyl: Os Segredos do Desastre conta a história real do bombeiro Alexey (Danila Kozlovsky), do engenheiro Valery (Filipp Avdeyev) e do mergulhador militar Boris (Nikolai Kozak), que tiveram a perigosa missão de drenar a água de um reservatório sob o reator em chamas no acidente nuclear de Chernobyl.
Sem tempo para um planejamento adequado, eles precisam atravessar os corredores inundados nos quais a água fica mais quente a cada hora, prestes a sacrificar suas próprias vidas para evitar uma catástrofe ainda maior, os três homens descem às profundezas do prédio do reator.
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Há um certo burburinho rolando que afirma que esse filme é a resposta russa para a minissérie estadunidense Chernobyl (2019), da HBO. Mas será? O longa está muito mais interessado em mostrar o lado emocional – dor, sofrimento, sacrifício, desespero -, dos afetados pela tragédia nuclear do que encontrar a causa propriamente dita do acidente, que é o foco da série da HBO.
O Chernobyl de Kozlovsky inicia sua história com ares de drama romântico, com nosso protagonista, Alexey, reencontrando um antigo amor, Olga (Oxana Alexandrowna Akinschina), e descobrindo que agora tem uma família. Os primeiros 30 minutos do filme seguem nessa linha do drama, quando quando na verdade esperávamos explosões de reatores.
Já conhecemos e assistimos muitas vezes a história de Chernobyl, queremos uma nova perspectiva, mas não tenho certeza se a carga inicial de drama irá animar as pessoas a continuarem com o filme.
Mas quando o acidente finalmente acontece, a nossa percepção do filme muda, já que a aquela altura finalmente estamos assistindo o que uma produção sobre Chernobyl sempre tem a oferecer. É caótico, confuso e meio desesperador, e a carga de drama inicial do filme ganha uma nova dimensão a medida que o protagonista entende a dimensão do acidente cena por cena.
A maquiagem e o figurino funcionam de forma exemplar, assim como a fotografia do filme de forma geral. As primeiras vitimas criticas do acidente então começam a dar o tom do que virá a seguir, e é algo incrível de assistir. A história então começa a intercalar entre o drama familiar de Alexey e o drama da explosão.
O filme se empenha bastante em mostrar a linha tênue entre o cumprimento do dever e o sacrifício. Muitas das vidas perdidas no acidente de Chernobyl foram de homens e mulheres que estavam ali tentando não deixar a situação pior e mais mortal, se sacrificando po sua famílias, amigos e desconhecidos.
E isso dá um tom pessoal e verossímil ao filme, pois é um desastre nuclear contato principalmente pela perspectiva de uma pessoa que viveu o desespero não só de ter a família em risco, mas que também teve um papel fundamental na contenção dos danos causados pela explosão. E quando mergulhamos no filme com isso em mente, ele rapidamente se torna muito interessante.
Chernobyl: Os Segredos do Desastre não é um longa que vai agradar a muitos, não por entrar no âmbito de “ou você gosta, ou odeia”, mas porque é um filme que considero necessário assistir tendo a noção do ritmo ditado por ele. É um roteiro voltado para o drama sobre o acidente nuclear de Chernobyl, que tem cenas incríveis e atuações, principalmente da Oxana Alexandrowna Akinschina -, que chamam atenção. Vale a pena? vale. Precisa de um cafezinho para prender a atenção nos primeiros minutos? Talvez.