Uma família se muda para uma nova casa que fica escondida em uma área vastamente arborizada. Uma família pela qual logo criamos simpatia nos primeiros 5 minutos de filme, o que torna inquietante a perspectiva de algo ruim se abater sobre eles. Esse poderia ser o início de muitos filmes de terror e suspense que já vimos, mas é partindo de uma premissa absolutamente simples que Stephen King criou uma das mais conhecidas histórias de horror de todos os tempos. O roteiro se expande quando essa delicada felicidade familiar é ameaçada pela presença de uma estrada de alta velocidade que passa bem adiante dos jardins de sua casa, onde desfilam enormes caminhões de carga como verdadeiras locomotivas desgovernadas. Muitos animais morrem atropelados ali, mas nem todos permanecem mortos, pois a floresta guarda um lugar amaldiçoado chamado de “Cemitério dos Animais” que traz de volta a vida tudo o quê ali for enterrado.
O Cemitério Maldito é baseado em um livro intitulado “O Cemitério“, escrito por Stephen King em 1983, e que foi adaptado para o cinema em 1989. Agora, essa história volta repaginada, mantendo o arcabouço original, mas com alterações pontuais as quais considerei extremamente benéficas para o desenvolvimento da trama. Dispensando a necessidade de grandes efeitos visuais, a história em si já encarcera um terror tão profundo que provoca arrepios apenas pela contemplação do questionamento suscitado. Entretanto, os diretores Kevin Kolsh e Dennis Widmyer foram hábeis em alavancar os pontos altos do roteiro através da criação de cenas tensas e com bons sustos. O elenco é composto por Jason Clarke (Louis Creed), Amy Seimetz (Rachel Creed), John Lithgow (Jud Crandall) e Jeté Laurence (Ellie Creed).
Assim como no filme original de 1989, este também se concentra em um terror gore, rico em efeitos práticos e com cenas paradas onde o suspense se enleva e se consolida em medo. Houveram mudanças de roteiro, o que pode não agradar aos fãs mais apegados à obra original, porém isto é algo que deve ser visto na perspectiva de uma grata surpresa àqueles que acreditavam já saber os pormenores de cada cena do longa. Em algumas partes o suspense se arrasta muito e o filme pode ter esses pequenos momentos entediantes, mas que não ofuscam a harmonia geral do que é entregue. É um ótimo filme de terror, com um desfecho surpreendente que nos deixa pensando sobre o que aconteceu mesmo horas depois das luzes terem acendido.
