Nancy Stokes (Emma Thompson) é uma viúva de 55 anos que anseia por alguma aventura, alguma conexão humana e algum sexo. Bom sexo. Pela primeira vez em sua vida. Embora seu marido Robert fornecesse um lar, uma família e algo semelhante a uma vida, sexo bom nunca estava disponível. Mas agora ele se foi e Nancy tem um plano. Como ela diz, “há freiras com mais experiência sexual do que eu”. Portanto, sendo a mulher razoável e prática que é, e como ex-professora que gosta de ser organizada, faz uma pesquisa completa e contrata os serviços de Leo Grande (Daryl McCormack), um trabalhador do sexo.
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Boa Sorte, Leo Grande está com 95% de aprovação no Rotten Tomatoes e é um filme absolutamente delicioso. A história se passa dentro de um quarto de hotel e é levada apenas por seus dois protagonistas: uma professora aposentada e um jovem garoto de programa. Em meio há um tom agradável de humor britânico, o roteiro nos faz refletir sobre solidão, luto, culpa, maternidade, envelhecimento, sexo, desejo e vontades que reprimimos apenas porque… sim.
A trama mostra o que é ser mulher e a forma como os pré-conceitos da sociedade pesam no consciente e no subconsciente feminino, principalmente quanto a envelhecer e a ter uma saudável vida sexual. Além disso, o roteiro oferece bastante espaço de discussão e reflexão sobre os inúmeros impasses que encontramos ao longo da vida, criando facilmente enlaces entre a dupla na tela – que tem uma química incrível – e nós que estamos assistindo.
Emma Thompson está mais espetacular que nunca e mostra, mais uma vez, o quanto ela é uma atriz diversa e que é uma ótima escolha para os mais diferentes papéis. Já o Daryl McCormack, mais conhecido por seu papel em Peaky Blinders, nos cativa tanto quanto com o seu papel de garoto de programa de luxo que possui a sua própria história por trás de toda sua – inegável – beleza.
A atuação dos dois nos convida e leva sem resistência pelas histórias de seus personagens. Você se diverte com eles, sente vergonha, fica com raiva e fica feliz por eles. O que realmente é um feito e tanto: o longa tem apenas 1h34min e 98% desse tempo estamos seguindo apenas os dois na tela, o que poderia se tornar entediante muito facilmente. Mas isso não acontece.
Em meio a uma clássica tragicomédia britânica, Boa sorte, Leo Grande é um filme que te conquista pela crueza delicada e sincera da vida real. Comove, nos faz rir e nos impele a ficar realmente felizes pelas conquistas dos personagens em tela. É uma verdadeira mostra do florescer da auto confiança e da auto valorização feminina, e do quanto isso é realmente importante de ser conquistado, não importando qual for a sua idade.