Big Little Lies, Glow e Gypsy | As protagonistas femininas estão bem representadas?

João Fagundes
5 Min de Leitura

O primeiro semestre de 2017 começou bem para quem sentia falta das séries de TV com protagonistas femininas, já que foi necessário investir nas novas séries para que o universo das mulheres voltasse ao auge depois do sucesso “Orange Is The New Black“. O mais próximo de séries com maioria de atrizes era com destinação ao público alvo jovem, a exemplo de “Pretty Little Liars“, mas nenhuma chegou com a abordagem de um público maduro, algo que atrai mais que as mulheres fãs de “Sex And The City“. Listamos algumas lançadas esse ano, e queremos aproveitar esse aquecimento de novas séries para mostrar se elas estão bem representadas em suas respectivas séries. Confira.

GLOW – A nova série da Netflix chegou bombástica, com uma ideia próxima ao visto em “Orange Is The New Black“: Mulheres em um ambiente até então hostil para elas. Ao mesmo tempo que existe uma quebra de preconceitos com a ideia de termos mulheres na luta livre (ou wrestling) é favorável, ainda que exista a sexualização das profissionais que na série terão que interpretar arquétipos e simular lutas que na sua maioria não são reais. Qual a razão? Um problema real para todos: a falta de dinheiro. Um elenco mais novo de atrizes vem com a ideia de apresentar uma proposta que poderá render mais temporadas, já que os fãs aprovaram a ideia.

 

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Big Little Lies – Um dos principais lançamentos do ano para a HBO. Baseada no livro de Liane Moriarty, “Pequenas Grandes Mentiras” lançado no Brasil pela editora Intrínseca, tem a maioria do elenco feminino, onde mães de alunos mostram sua vida dupla ao terem que cuidar dos filhos entre 5 e 7 anos e ao mesmo tempo lidar com problemas no trabalho, casa e até mesmo virtualmente. Com uma abordagem apropriada de um gênero suspense, as personagens são bem criadas, quase que reais aos olhos de quem lê ou assiste. Para o elenco, nada melhor que um trio de peso. As protagonistas são Nicole Kidman, Reese Witherspoon e Shailene Woodley (da “Divergente”), dando mais propriedade para cada uma das personagens.

 

Las Chicas Del Cable – A primeira série espanhola original da Netflix, também conhecida como “As Telefonistas” é um retrato verdadeiro e excitante do final da década de 20, onde quatro mulheres que se mudam para Madrid em busca de seus sonhos, tendo que se contentar em um trabalho na promissora empresa de telecomunicações. Com muita força do feminismo em uma época que havia pouco que se falar em direitos da mulher, a abordagem é pertinente e poderá revoltar quem percebe as mudanças que tiveram que ocorrer, sem falar nas que ainda precisam ser implementadas. Suas personagens são cativantes, e podem ser vistas com contemporaneidade.

 

Gypsy – Outra série da Netflix chegou recentemente com a ideia de expor o lado mais psicológico das mulheres, sendo protagonizado por ninguém menos que Naomi Watts. A polêmica série tem uma mulher com uma vida feliz, bom emprego, bom marido e boa filha, mas algo lhe desperta um comportamento que poderá por em jogo tudo isso. Suas fantasias aqui ultrapassam a ética profissional de sua carreira como psicóloga renomada. O que faz dela uma peculiar personagem é o fato de dar evasão aos seus sentimentos, perdendo a compostura se for preciso. Um instigante Thriller que chegou discretamente na grade do serviço de streaming.

 

Por fim, fica clara a investida nesse núcleo tão diversificado e envolvente que é o mundo da mulher. Muito se fala em protagonistas, mas até mesmo as personagens secundárias conseguem roubar a cena. O problema é qual a remuneração que é dada a essas atrizes em comparação com os atores, homens que raras vezes resolvem cortar seus salários milionários em prol de suas colegas de elenco. Tal assunto tem sido cada vez mais recorrente, e torcemos que ganhe apoio nessa causa.

 

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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