Bandida: A Número 1 impressiona e traz um frescor as produções do gênero

Danilo de Oliveira
4 Min de Leitura
4 Ótimo
Critica - Bandida: A Número 1

Filmes que mostram a violência e o trafico nas favelas do Rio de Janeiro já fazem parte de um gênero muito comum no cinema nacional. Ícones como Cidade de Deus e Tropa de Elite são grandes exemplos deles.

Bandida: A Numero 1, pode de primeira ser mais um filme a entrar nesse meio e explorar os clichês do gênero, mas a adaptação do livro A Número Um, de Raquel de Oliveira impressiona por mostrar essa realidade tão costumeira em nosso país, mas sob o olhar de uma mulher que foi tragada por isso,mas que não ficou abaixo de ninguém e se tornou a “chefona” da p*rra toda!

Rebeca (Maria Bomani, ex-BBB 22) foi criada pela Rocinha. Abandonada pelos pais e vendida pela avó a Amoroso (Milhem Cortaz, de ‘Os Outros’), chefe do tráfico no morro, Rebeca desde cedo aprendeu a lutar para sobreviver. Mas quando chegou na juventude, conheceu Pará (Jean Amorim, de ‘Malhação’), sobrinho do chefe, e rapidamente o amor entre eles cresceu, embora Amoroso desaprovasse. Nesse mesmo período a cocaína começou entrar no morro, vendida pela turma de Del Rey (o cantor Otto) e Gil (Mc Marechal), desbancando a gerência mais tranquila de Amoroso e implementando os bailes funks regados a música alta e tiros pro alto. No meio da disputa para ver quem manda na RocinhaRebeca vai gravando sua história em fitas K-7, enquanto se torna a Número Um da favela.

Paris Filmes/Reprodução

Bandida de primeira, ganha destaque entre as produções de genero, não só por trazer uma abordagem feminina em posição de poder nunca vista antes, mas que pegando emprestado alguns elementos como a narração em off de Tropa de Elite ou a montagem frenética a lá  videoclipe semelhante a Cidade de Deus e desenvolve tanto sua protagonista, além de contar uma história de amor com ares de Shakespeare.

O roteiro sabe mostrar muito bem cada etapa da vida de Rebecca, desde de sua infância, sendo abandonada por sua mãe, vendida pela avó e se tornando um objeto de luxo de traficante, até ser uma cabeça influente e se tornando a Numero 1. Uma pena que o longa não explore mais e acabe um tanto que abrupto seu ultimo ato, mas o diretor João Wainer fez um ótimo trabalho ao manter o filme muito dinâmico, com cenas de ação experimentais que nos deixam presos na tela.

No elenco,  Maria Bomani, faz sua estreia no cinema de forma primorosa. Ela convence como uma mulher poderosa, mas também mostra fragilidade. A química com Jean Amorim está ótima e eles entregam um casal muito crível. O resto do elenco também está muito bem em seus personagens como o ótimo Milhem Cortaz e JP RufinoNatália Lage e João Vitor Nascimento.

Karyme França/Reprodução

Bandida: Número 1 impressiona e traz um frescor a produções desse gênero por trazer uma história crível de como situações adversas podem levar uma pessoa para uma escolha infeliz, algo que é a realidade infelizmente de muitos. O longa não vangloria ou passa o pano para o crime e a violência e mostra isso ao retratar que as ações da protagonista tiveram consequências e ela sofreu com tudo isso.

Critica - Bandida: A Número 1
Ótimo 4
Nota Cinesia 4 de 5
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