Em 1995, o diretor Michael Bay recém saído do mundo dos videoclipes estreava em Hollywood com Bad Boys, filme que pegava a vibe dos filmes buddy cop dos anos 80 e que trazia um ator em ascensão (Will Smith) juntamente com um pouco conhecido Martin Lawrence.
A boa química entre a dupla, grande carro-chefe nesses tipos de produção e boas cenas de ação, ajudaram ao longa fazer fama e catapultar seus envolvidos. Sua continuação surgiu 8 anos mais tarde e ampliou tudo. A ação era ainda mais audaciosa,o ritmo era alucinante, e Bay estava no auge de seu cinema explosivo. A dupla manteve a quimica e o sucesso veio sem surpresa, a continuação era uma questão de tempo. Pois bem, ela chegou, com 17 anos de diferença ,mas eis que Bad Boys Para Sempre retorna a dupla Marcus e Mike desta vez sem o comando de Michael Bay (que realiza uma ponta como ator) e não tão mais “boys” como antes, mas mesmo assim sem perder o pique.
Na trama, quando Mike Lowrey (Will Smith) sofre um atentado, ele e seu parceiro Marcus Burnett (Martin Lawrence) terão que juntamente de uma equipe repletas de jovens e novatos ( Vanessa Hudgens, Alexander Ludwig e Charles Melton) comandada por Rita ( Paola Nuñez) a descobrir quem está por trás do seu e demais atentados.
Bad Boys Para Sempre abraça forte a nostalgia que habita em Mike e Marcus, fazendo referencias aos filmes passados, homenageando-os, e surge como o mais pessoal de todos. E mesmo com as já conhecidas sequências em que o sentido não é lá a prioridade, o longa consegue manter uma importante dose de coerência. Tal elemento se encontra na trama que procura costurar as vidas da dupla enquanto policiais e enquanto civis, inclusive dando mais atenção ao drama pessoal de Mike. Aceitar que a idade já não é mais a de um “garoto” há 25 anos e se acalmar de tantas perseguições e mortes é um dilema para Mike, enquanto Marcus deseja a calmaria de poder ter mais tempo com família. O dilema de que em algum momento a vida de policial deve ser deixada de lado é bem colocado na trama e revigora a franquia.
O roteiro sabe se divergir bem na atenção e química divertida da dupla com o lado mais dramático, além da briga de gerações que tem um bom foco ao invés de uma mera estrutura estereotipada.Apesar do terceiro ato ser quase uma novela mexicana dado como é explorado um tanto apressado algumas tramas, o filme sempre se mantem conciso e focado em seus protagonistas. Tudo aqui consegue ser bem amarrado, até suas cenas de ação que não são tão megalomaníacas como as de Bay mas são bem construídas e tem uma geografia bem entendível. Não são de causar aquele impacto como seu antecessor,mas estão pra estar na cena por algum motivo. O trabalho da dupla de diretores belga Adil El Arbi e Bilall Fallah, apesar de prestar algumas homenagens ao estilo de filmografia de Michael Bay é bastante satisfatória.
Bad Boys Para Sempre traz ação e drama de forma bem equilibrada a franquia que continua divertindo e entretendo como sempre se manteve. É bom voltar a ver Will Smith e Martin Lawrence e tanto carisma originado de diálogos bem-humorados, mas também ver um resultado maduro e pé no chão é ainda melhor – claro dentro do universo da franquia, estejam avisados rsrsrs. Bad Boys Forever!