Se fosse para descrever esse filme em uma palavra, sem sombra de dúvidas, seria nostalgia. “Axé: O canto do povo de um lugar” brinca e recorda os principais momentos desse ritmo baiano que embalou e embala muitos carnavais.
A obra, que documenta a vida desse estilo musical, nos mostra as mil facetas que estiveram presentes na construção do axé, discorrendo o início, o seu ápice e a sua tão famosa crise. Com depoimentos marcantes, artistas renomados e que fizeram a diferença junto ao ritmo contam e relembram as memórias das décadas passadas.
A emoção embala o espectador com uma trilha sonora que faz você se sentir em plena Av. Sete de Setembro em dia de festa. Axé é uma lembrança de uma das características mais marcantes da Bahia. Concordando com o posicionamento que vi em uma crítica, adianto: não é uma ideia genial, é uma história que precisava ser retratada e alguém fez, e muito bem feito.
Acredito que o diferencial do filme seja as perspectivas trazidas, Axé conta com os depoimentos de diversos artistas que foram responsáveis pela propagação do ritmo no Brasil e no mundo, além de vir com um cunho cômico e alegre na maioria das situações retratadas. Diria que é um filme bem baiano, sabe?
Com sessões lotadas no cinema, as reações do público me chamaram a atenção nas duas salas que presenciei. Com olhares atentos a tela, as pessoas cantavam, dançavam e se emocionavam com o que assistiam. Mostrando que o filme mexe com as lembranças de antigos carnavais. É uma obra que traz diferentes sentimentos para os espectador, dividiria em três públicos: os que criaram, os que sentiram e os que admiram, causando emoções diferentes ao assistir.
Chico Kertesz, diretor do filme, conta a história seguindo uma linha cronológica e trazendo passagens impactantes para falar de músicas especiais e artistas. Com certeza daria cinco estrelas ao documentário e é do tipo que merece bis. Pontuo que ainda tem muita história e artistas que podem ser retratados, fica a deixa para um próximo. Para acabar em clima de festa, “Chame Gente” e faça um esquente para folia que está por vir nos cinemas.