As Tartarugas Ninjas já estão no imaginário popular há muitos anos isso ninguém discorda. Lançada nos quadrinhos nos anos 80, mas ganhando notoriedade na TV e nos cinemas nos anos 90 por sua série animada e seus clássicos live-action os 4 irmãos quelônios mutantes adoradores de pizza e que lutam ninjustu fizeram uma legião de fãs com suas inúmeras adaptações.
Caos Mutante, é a nova inclusão dos personagens no momento em que Hollywood está trazendo nostalgia de décadas passadas de volta a ativa, mas diferente de vender isso de forma gratuita, o novo filme das Tartarugas é uma animação divertida e revigorante que resignifica os personagens para um novo público, além claro de manter suas identidades características para os fãs de sempre.
Na animação acompanhamos a jornada das Tartarugas enquanto tentam conquistar os corações dos nova-iorquinos através de atos heróicos, com o objetivo de serem aceitos como adolescentes normais. A sua nova amiga humana, April O’Neil, os ajudará a derrubar um misterioso sindicato do crime, mas as coisas se complicam quando um exército de mutantes se volta contra eles.
Desenvolvido por Seth Rogen e Evan Goldberg (The Boys), além de Dan Hernandez e Benji Samit (Detetive Pikachu) juntamente do diretor Jeff Rowe (A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas), ao lado do designer de produção Yashar Kassai (que faz sua estreia no cargo, mas já trabalhou no departamento de arte de Homem-Aranha no Aranhaverso e Festa no Céu), a nova adaptação acerta e traz pela primeira vez os personagens como foram idealizadas inicialmente: como adolescentes! O nome Teenage Mutant Ninja Turtles (Tartarugas Ninja Adolescentes Mutantes, em tradução livre) não é a toa aqui, o quarteto é tomado pela energia caótica da adolescência – algo que está tanto no roteiro quanto nas vozes de cada um. As características dos personagens não mudam tanto, mas ganham camadas muito bem-vindas: enquanto Raphael continua esquentadinho e rebelde, a pureza do herói nunca foi tão nítida; Leonardo segue como um líder nato, mas tem a aliança com os seus irmãos acima de qualquer regra; Mike segue como a “cola” do grupo, espontâneo e bem-humorado, porém em sua versão mais fofa; já Donatello não fica restrito ao papel do cérebro da equipe, mas seu amor por k-pop e animes mostra que ele tem facetas completamente identificáveis ao público.
O roteiro é simples e não precisa fazer firulas pra construir bem o arco e motivação dos personagens. Temas como aceitação (algo que já é desde de sempre dos personagens), família, amizade são bem colocadas, Caos Mutante consegue acessar muitos destes temas de forma sutil e muito bem encaixada. No entanto, não é apenas no discurso implícito e, por vezes, explícito que a animação conquista a audiência, mas na forma leve e hilária como esta família disfuncional de mutantes subverte tantos pormenores.
A animação também é outro ponto a destacar. Assim como Gato de Botas 2 e Aranhaverso, aqui eles abandona o CGi padrão e vão para um estilo de animação cartunesco, quase rústico, muitas vezes como disseram seus produtores que foi idealizado por adolescentes. No início para estranho, mas essa estranheza vira admiração rapidamente, já que as movimentações, e efeitos na animação são de encher os olhos! Para as crianças a imersão de cores é um chamariz e tanto!
Pra finalizar, As Tartarugas Ninjas Caos Mutante traz os heróis para uma das suas melhores adaptações de forma criativa e divertida em uma animação que com certeza irá atrair fãs e novos fãs para as Tartarugas. Um filme tão gostoso como uma pizza!
