Argylle diverte com reviravoltas mirabolantes e ação, apesar dos excessos

Danilo de Oliveira
6 Min de Leitura
3 Bom
Crítica - Argylle

Matthew Vaughn é um diretor conhecido por obras mirabolantes, cheia de ação insana como sua franquia Kingsman e Kick- Ass, além de longas que converge bem com a temática espionagem com heróis como no caso do fabuloso X-Men: Primeira Classe.

Voltando a visitar esse meio dos agentes secretos, o diretor traz a metalinguagem para adicionar ao seu novo projeto: Argylle – O Superespião.

O novo longa estrelado por um elenco pomposo composto por Henry Cavill, Dua Lipa,Bryce Dallas Howard entre outros se utiliza de uma autora de livros de espionagem e seu nova obra pra trazer uma trama repleta de reviravoltas mirabolantes e uma diversão escapista e entreter seu público.

Universal Pictures/Reprodução

A trama acompanha Elly Conway (Bryce Dallas Howard), uma escritora de sucesso inenarrável que é responsável pela saga de romances Argylle, narrando as empreitadas do espião mais famoso do mundo. E, conforme ela caminha para a finalização do quinto volume da série, ela se vê no meio de um confronto entre superespiões de verdade que envolve sua própria segurança: afinal, ao que tudo indica, suas obras pareceram prever eventos geopolíticos e sociais que “mexeram no vespeiro” do submundo da espionagem, colocando-a no alvo de uma organização secreta e sombria que quer capturá-la e jogando-a para o lado de um agente dissidente que deseja ajudá-la – e que precisa de seus dons para encontrar um main frame que pode expor as falcatruas desses poderosos antagonistas.

Argylle por si só já é uma grande reviravolta desde sua campanha de lançamento. Ele foi apresentado como uma adaptação do livro homônimo da misteriosa autora Elly Conway, mas como o trailer revelou, isso era tudo mentira*. Conway, na verdade, é a protagonista da trama.

*Há um livro de Argylle sendo vendido com o nome de Conway, e o elenco da produção tem brincado com a identidade da autora. Depois de ver o filme, é difícil não rir com essa idéia bem louca e até genial do marketing da produção.

Universal Pictures/Reprodução

Com essa idéia em mente, o diretor juntamente do roteirista Jason Fucks monta uma história cheia de mistérios e reviravoltas a lá as tramas do gênero, mas se beneficiando da metalinguagem pra introduzir o humor junto. Existe uma linha tênue entre ficção e realidade que permeia grande parte da narrativa de Argylle e que o roteiro consegue trabalhar algumas temáticas de forma interessante no que diz respeito à maneira como as pessoas utilizam a ficção para abranger e mentalizar o passado, o presente e até mesmo o futuro.

Tendo que lidar com as consequências da sua escrita de forma literal, quase jogada de paraquedas nisso, Conway é obrigada a confrontar as próprias inseguranças e angústias, tanto as pessoais quanto as profissionais, e ela faz isso se usando de um poderoso recurso: sua imaginação.

Se a idéia e até a inicial condução é deveras bem sucedida, os excessos acabam estragando o diretor de entregar mais uma obra icônica como o primeiro Kingsman que unia cenas de ação insanas, uma trama cheio de mistérios e reviravoltas bem alinhadas com um humor ácido. Aqui ao tentar inserir inúmeras reviravoltas para dá um nó na platéia, o longa acaba se perdendo e alongando além da conta, como também o torna um tanto caótico.

Universal Pictures/Reprodução

Contudo mesmo com cenas não tão memoráveis como a da igreja em Kingsman, quem não se preocupar com o caos de reviravoltas do seu roteiro, vai se divertir com suas cenas de ação que mantém a características do realizador e abusa do exagero de obras de ação do gênero. Não é nenhum John Wick, mas Vaughn ainda tem uns bons recursos pra fazer a ação funcionar e sabe utilizar o recurso da câmera lenta aqui por exemplo melhor que Zack Snyder.

O elenco consegue aproveitar bem o que tem e embarcar na loucura. Bryce Dallas Howard é ótima como Elly e sua jornada de auto descoberta é o fio condutor do filme. Henry Cavill e Dua Lipa esbanjam charme e Sam Rockwell como o agente Aidan tem uma boa química com Bryce. O elenco ainda tem Bryan Craston, Catherine O’Hara e Samuel L. Jackson em papéis que apesar do pouco tempo de tela são operacionais.

Pra finalizar, Argylle, apesar dos excessos, diverte e entretém como uma insana comédia de ação nos moldes de Matthew Vaughn.

*Não sai da sala de imediato porque há uma cena durante os créditos.

Crítica - Argylle
Bom 3
Nota Cinesia 3 de 5
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