Depois de 10 anos de lançado, o DCEU finalmente chegou ao fim.
O promissor universo compartilhado da empresa iniciado com O Homen de Aço dirigido por Zack Snyder, viveu momentos de muitas inconstâncias com muitos projetos aquém do esperado e algumas boas surpresas se encerra para o início de um novo plano que deve se iniciar em 2025 agora comandado por James Gunn e Peter Safran.
Das boas surpresas que o universo de filmes rendeu, com certeza o primeiro Aquaman (2018) é um deles! Protagonizado por Jason Momoa e dirigido por James Wan, o longa entrega um visual fantástico, cenas de ação saídas diretamente de uma página de quadrinhos e uma aventura de super herói divertida e intensa.
Aquaman 2 veio com esse peso de trazer uma aventura tão boa quanto o seu antecessor e passou por vários problemas de refilmagens e mudanças de datas e planejamentos vistos o anúncio repetino do novo universo da empresa.
Contudo em um ano muito conturbado para o cinema de heróis, principalmente para a DC (vide o combo de fracassos Shazam 2, The Flash e Besouro Azul) Aquaman 2 se sai bem em meio a tempestade que foi sua produção e entrega uma aventura divertida e concisa dentro do que seu antecessor fez, mesmo não tendo o mesmo impacto dele, além de ser o último filme de um universo, mas que parece fugir disso e focar somente e exclusivamente em seu protagonista.
Na nova aventura vemos como Arthur Curry (Jason Momoa) lida com uma vida dupla, tentando equilibrar suas responsabilidades como pai do adorável Arthur Jr. e seu posto como Rei de Atlântida, tomado após a derrota do irmão, Orm (Patrick Wilson), no primeiro capítulo da saga. Lidando com problemas internos e externos, ele percebe que as coisas não são tão fáceis quanto imaginava – e tudo escala a níveis catastróficos quando seu arqui-inimigo David Kane/Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II) adota medidas desesperadas para garantir que Arthur sofra da mesma maneira que ele sofreu – nem que para isso o mundo da superfície e o subaquático tenham que desaparecer. É a partir daí que Aquaman une forças com Orm para que o caos propulsionado por Arraia Negra chegue ao fim.
O roteiro de Aquaman 2 joga muito no seguro ao repetir a fórmula do seu antecessor e trazer o que deu certo e errado nela. É uma aposta segura, visto que o longa não irá levar a lugar nenhum ( visto que é o último de um universo já descartado) e com isso a produção decide focar exclusivamente nesses personagens e seu universo próprio do que colocar algo de outras produções do DCEU aqui.
Nessa estrutura, o longa semelha bastante Thor: O Mundo Sombrio na questão aventura entre irmãos, o protagonista precisando enfrentar uma ameaça desconhecida e precisando da ajuda da última pessoa que ele imaginava pedir, um vilão passado que pode ver redenção em seus antigos atos, uma ameaça desconhecida que é revelada para os personagens durante o filme(aliás o longa pega bastante referências a O Senhor dos Anéis visto que o vilão e seu tridente negro trazem uma versão O Anel ao universo DC). O formato é simples e não esconde essa sua simplicidade, contudo James Wan voltando a cadeira de direção traz sua identidade características para manter o filme em constante movimento, além de trazer ótimas tomadas de ação e terror.
A trama ainda tem tempo pra falar sobre as mudanças climáticas que afetam atualmente, mas diferente do primeiro filme, esse ponto não é tão explorado ou se faz tão necessário de abordar, assim como uma estrutura política que lembra Pantera Negra, sobre diplomacia entre mundos, mas que o longa de Wan fala mais nas beiradas do que Ryan Coogler abordou em Wakanda.
A propósito, a o universo de Atlântida em 2018 era incrivelmente exuberante, aqui se mantém intacto e se expande ainda mais. Wan e sua equipe não tem medo de mostrar as mais variadas e diversas criaturas marinhas em um colorido e vistoso oceano que o reino marinho. Em um ano onde as grandes produções pecaram no departamento de CGi ( principalmente The Flash da própria DC) Aquaman 2 se sai muito bem e mesmo quando está carregado de efeitos, atinge um nível favorável.
Jason Momoa mantém seu carisma intacto e que faz seu Arthur um personagem altamente divertido. Patrick Wilson confere mais seriedade a dupla com seu Orm e sua química com Momoa carrega a trama. Nicole Kidman, Amber Head e os demais estão bem nos seus personagens não havendo grandes destaques ou problemas.
Pra finalizar Aquaman 2 surpreende e entrega a melhor produção da DC em 2023. É um filme divertido, incrivelmente lindo com boas cenas de ação que nos fazem despedir de forma leve como calmas ondas de um conturbado universo chamado DCEU.