‘Anohana’ emociona com trama bem desenvolvida e traços impecáveis

João Fagundes
4 Min de Leitura

Baseado num dos animes mais adorados de 2011, “Anohana” é um dos casos excepcionais em que o mangá vem depois do anime, sendo tão bom quanto. Completo em 3 edições e, felizmente, sem nenhuma enrolação típica de Shonen (mangás para o público jovem masculino) a história acompanha a trajetória de um grupo de 6 amigos de infância que se distanciam após a morte de um deles num acidente.

Abordando temas como a amizade e a superação de perdas, a trama tem como foco entender o motivo desse grupo ter se afastado anos após a situação trágica, sendo incompreensível não terem se unido nesse momento difícil. Jinta Yadomi é um dos personagens de maior destaque, já que é o líder do grupo que se denominam os “Super Peace Busters” (Super-Protetores da Paz). Grupo este que foi deixado de lado com a morte de Meiko Honma (mais conhecida como Menma), o que deprimiu principalmente Jintan, que se tornou o oposto do que era após o falecimento das duas pessoas que amava: Sua mãe e Menma.

Ainda que pareça trágico ou mórbido, a abordagem é coerente ao mostrar os vários lados da moeda, e que muitos expressam a dor de uma forma diferente, como o exemplo dos demais membros do grupo. Com um humor leve e bem próprio da idade, é lindo ver a tentativa de reunir e relembrar tudo que um dia foi importante.  Tudo da forma mais improvável possível! Além disso, tem referências a “Pokémon” ao citar o jogo favorito de Jintan, que se chama Nokémon.

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Sobre os outros personagens:

Poppo é um dos personagens mais divertidos e consegue ser cativante como ninguém.
Anaru é a princípio a mais difícil, só que conhecendo mais vemos que ela tem suas razões.
Tsukuro é a mais inteligente, sendo um tanto fria para esconder seus sentimentos .
Yukiatsu é um rapaz esforçado e repleto de segredos, e praticamente rivaliza com Jintan.

A família de Menma é a parte interessante para entender o significado e a importância que a jovem representa, sendo algo muito valioso para que as crianças e jovens que lerem percebam que cada um tem seu papel em uma família e, assim como a amizade, não poderá ser substituída. O título (traduzido) “Ainda Não Sabemos O Nome da Flor que Vimos Naquele Dia” é uma longa, porém certeira explicação para a obra do grupo ANOHANA PROJECT. A amizade deve ser cultivada como uma flor, para que cresça e faça bem ao ambiente onde ela estiver.

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Os traços de Mitsu Izumi são tão delicados que farão você parar no mínimo um minuto em cada página após ler. Sem dúvida foi um mangá feito para os fãs, com a riqueza de detalhes que eles merecem. Se não viu os 11 episódios do anime, comece pelo mangá e terá um material digno de estar na sua coleção.

A editora JBC trouxe as 3 edições pelo preço de R$ 14,90 (cada), ainda acompanhando algumas edições dois cartões postais diferentes com ilustrações que poderão ser vistas nas sobre-capas. Uma fofura!

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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